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Ferrovia

ANTT não deixará nova ALL impor preços abusivos, diz ministro

Edson Campagnolo, da Fiep, disse a César Borges que fusão ainda gera apreensão | Divulgação/Fiep
Edson Campagnolo, da Fiep, disse a César Borges que fusão ainda gera apreensão (Foto: Divulgação/Fiep)

O ministro dos Transportes, César Borges, disse que o governo vai acompanhar atentamente a fusão da América Latina Logística (ALL) com a Rumo, do grupo Cosan, para garantir que a nova empresa possa atender todos os segmentos de mercado. Segundo ele, o objetivo da união das empresas tem de ser "ganhar no volume e não no preço". Borges participou de uma reunião técnica ontem na Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), em Curitiba.

De acordo com ele, o governo deve reforçar a fiscalização por meio da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que não permitirá que a nova empresa imponha preços abusivos ou restrições a clientes. Borges também disse que o governo, que apoia a fusão, pretende negociar com a concessionária para ceder o direito de passagem na sua malha para operadores independentes, medida que já está prevista no novo modelo de concessão do setor.

Na opinião do ministro, a ALL não atende bem o mercado brasileiro, com pouco investimento e preços elevados. "Há uma preocupação com o lucro e não com os investimentos na manutenção da malha", afirmou.

O presidente da Fiep, Edson Campagnolo, disse que a fusão ainda gera apreensão no setor industrial e agrícola do estado. O presidente da Associação dos Produtores de Álcool e de Açúcar do Paraná, Miguel Tranin, concorda. "Já tínhamos uma condição ruim de preços com a ALL. Agora, com a Cosan, não sabemos como isso vai se comportar."

Segundo ele, durante a safra de grãos, entre março a abril, o preço do frete ferroviário da ALL, que geralmente é 30% mais barato, chega a se equiparar ao do rodoviário. O Paraná produz 3 milhões de toneladas de açúcar por ano e 90% desse volume é exportado.

Após análise do Cade, a fusão tem que ser submetida à ANTT, que poderá exigir contrapartidas do novo acionista majoritário. Representantes de entidades empresariais reunidas na Fiep entregaram ao ministro um pedido de inclusão de obras como condição para a aprovação da fusão. Entre elas, a modernização do trecho entre Guarapuava e Ponta Grossa, e a reativação do trecho Maringá–Cianorte, com extensão para Campo Mourão.

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