O estudo que aponta novos riscos no uso de medicamentos feitos à base de diclofenaco sódico está sendo submetido a análise de um grupo de técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Após essa análise, a agência vai decidir se suspenderá ou não a comercialização dos medicamentos - dentre os quais, os antiinflamatórios Voltaren e Cataflam. No entanto, conforme uma nota divulgada nesta quinta-feira pela Anvisa, ainda não foram encontrados elementos que justifiquem essa medida.
A pesquisa, publicada na revista Nature e no Jornal of the American Medical Association, demonstra que o uso regular do diclofenaco sódico pode causar problemas cardíacos em 40% dos casos estudados. Segundo a nota da Anvisa, o diclofenaco está no mercado há cerca de 20 anos. "É medicamento que depende de prescrição por riscos já conhecidos, os quais justificam um acompanhamento próximo pelo médico em caso de uso continuado", informa o texto.
A nota também explica que a agência sempre acompanha esse tipo de estudo e, ao decidir ou não pela suspensão das vendas, leva em consideração os riscos e os benefícios potenciais das drogas. "Até o momento, não foram detectadas evidências que levem à necessidade de qualquer mudança imediata com relação à prescrição e uso dos medicamentos derivados do princípio ativo diclofenaco no país", conclui a nota.
Fabricantes dizem que estudo é inconclusivo
O diclofenaco é muito popular na Europa, e num comentário divulgado pela "Jama", um médico da FDA, a agência reguladora de remédios dos EUA, aconselha a troca pelo naproxeno, vendido como genérico e como Flanax e Naprosyn (ambos da Roche). Em dezembro de 2004, porém, um estudo da FDA sobre o Aleve, remédio da Bayer com o mesmo princípio ativo, sugeriu que a droga aumentava o risco de problemas cardiovasculares. Na ocasião, a agência americana aconselhou os pacientes a não exceder a dose recomendada do medicamento, de 400 miligramas por dia, nem tomar a droga por mais de dez dias sem recomendação médica.
A Bayer HealthCare declarou em nota enviada ao GLOBO OLINE que "desde o início de janeiro de 2005, com a aquisição da linha Roche Consumer Health, o Flanax® (Naproxeno Sódico) e o Naprosyn® (Naproxeno) fazem parte do portfólio de medicamentos isentos de prescrição da empresa". O Aleve®, é o nome comercial de Flanax® nos Estados Unidos.
Além disso, o comunicado diz também que "diferentemente dos outros antiinflamatórios, de acordo com o estudo publicado no JAMA, há evidências que o Naproxeno não oferece risco cardiovascular aos seus usuários. Estes resultados corroboram estudos anteriores que atestam a segurança do produto em relação ao risco cardiovascular como,por exemplo, o estudo de P.M.Kearney, publicado no British Medical Journal (BMJ) este ano."
Na quarta-feira, A Novartis, laboratório responsável pela fabricação de os remédios Cataflam e Voltaren, em que o princípio ativo é o diclofenaco, também afirmou em nota oficial que os estudos sobre os riscos cardiovasculares da substância são inconclusivos.
Para Antônio Carlos Till, diretor do Vita Check-up Center, neste momento de incerteza em relação aos estudos, o que as pessoas devem fazer é ter uma conversa franca com o seu médico de confiança para avaliar que medidas devem ser tomadas em relação ao consumo desses remédios:
- Uma pessoa que tem doenças como artrose e artrite crônicas, por exemplo, deve conversar com o médico que o assiste e avaliar se prefere parar de tomar os remédios e continuar com dores constantes ou correr o risco de ter doenças cardíacas.
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