Cada vez mais pressionada por Google e Apple, a Microsoft anunciou ontem a compra do Skype por US$ 8,5 bilhões, a aquisição mais cara já feita pela empresa. A ideia é integrar o serviço de comunicação aos produtos da Microsoft (como o serviço de correio eletrônico Hotmail, o Windows Phone e o videogame Xbox) e tentar fazer com que a empresa ganhe terreno no mercado de consumidores na internet.
Os usuários do Xbox poderiam jogar e, ao mesmo tempo, se comunicar com seus adversários por meio da rede do Skype, exemplificou Steve Ballmer, presidente-executivo da Microsoft. Agora, o Skype será mais uma divisão da empresa fundada em 1975 por Bill Gates; a unidade será comandada por seu atual presidente-executivo, Tony Bates.
Ainda que o Skype seja uma das marcas mais conhecidas e populares da internet, a aposta de Ballmer não é sem risco. A empresa perdeu US$ 7 milhões no ano passado, e o gigante do comércio eletrônico eBay, que a adquiriu em 2005 por US$ 2,6 bilhões, desfez-se da maior parte do negócio com prejuízo, quatro anos depois.
O problema é que, apesar de ter uma base de usuários expressiva, com 145 milhões de usuários ativos por mês, são poucos os que pagam pelos seus serviços não gratuitos (como chamadas de computador para telefone). Por isso, a sua receita é pequena: foram US$ 860 milhões em 2010, ante US$ 62,5 bilhões da Microsoft. Seu modelo de negócios, portanto, ainda não está claro.
Interesse
Para ficar com o Skype, a Microsoft teve de enfrentar a concorrência do Google e do Facebook, que também estavam interessados na companhia, mas, comenta-se, teriam oferecido um valor que seria de metade do fechado ontem.
Não é de agora que a empresa tenta se mexer, buscando ficar menos dependente do Windows e do Office e ampliando sua participação em negócios on-line. Há três anos, ela fracassou na compra do Yahoo! por US$ 48 bilhões (hoje, a empresa vale metade disso), e investimentos como o buscador Bing e o sistema para celular Windows Phone 7 estão bem atrás dos seus concorrentes.
Proximidade
Analistas avaliam que, com a compra, a Microsoft se aproxima mais do consumidor final e de empresas de médio e pequeno porte. "A Microsoft trabalha com sistema de comunicação integrado que conecta e-mail, mensagem instantânea, correio de voz e vídeo há muitos anos, mas a maior parte tem foco em grandes companhias. O Skype lhe permite atingir outros públicos, diz Michael Cherry, da empresa de pesquisa Directions on Microsoft. Para Rob Enderle, presidente da consultoria Enderle Group, a compra dá à companhia uma unidade com foco em transporte de dados, "o que possibilita a eles fechar o último buraco no seu sistema de comunicação".
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