Prestes a completar dez anos foi criado em janeiro de 2002 , o Tesouro Direto busca o amadurecimento. Embora seja apontado como uma das modalidades mais baratas e seguras de investimento em renda fixa, o número de investidores cadastrados ainda é baixo (258.968 em agosto deste ano, segundo o último relatório publicado pelo Tesouro Nacional). O esforço do governo para popularizar a aplicação deve incluir uma redução no valor mínimo de investimento (que hoje é de 20% de um título, o que resulta em um valor próximo a R$ 100 reais para alguns papéis), que deve ficar em torno de R$ 30. Além disso, o governo deve reservar parte das taxas pagas pelo investidor para fazer campanhas institucionais e ações de fomento.
O Tesouro Direto é o site do governo federal em que os investidores podem comprar títulos da dívida pública. Esses papéis são os mesmos que compõem a carteira de fundos de renda fixa e DI, por exemplo. Ao aplicar via Tesouro Direto, o indivíduo livra-se das taxas de administração cobradas pelos bancos e, em contrapartida, assume toda a responsabilidade pelo gerenciamento dos seus recursos. Para aplicar é necessário ter uma conta de investimento em um banco ou corretora.
Até agosto, o Tesouro registrava um total de R$ 6,5 bilhões aplicados em títulos da dívida pública federal por investidores pessoa física. O montante deve atingir a casa dos R$ 7,5 bilhões até o fim deste ano, conforme as projeções do governo.
As novidades do Tesouro incluem uma ampliação do teto da aplicação máxima permitida, dos atuais R$ 400 mil para R$ 1 milhão e a possibilidade de fazer operações programadas. Assim, o investidor poderá agendar as suas compras para uma determinada data, periodicamente. Nesse dia, o sistema vai realizar a aquisição e debitar da conta-investimento o valor equivalente como se fosse o débito automático de uma conta, por exemplo. Esse mecanismo deve facilitar a vida do poupador que investe com um objetivo definido, como a formação de um patrimônio para a aposentadoria. A opção deve incluir a possibilidade de reaplicar automaticamente os juros recebidos (alguns papéis como a NTN-B, que rende uma taxa prefixada de juros mais a inflação pelo IPCA, pagam o investidor a cada seis meses).
O cronograma prevê que algumas dessas medidas sejam implementadas até o fim do primeiro semestre do ano que vem. O Tesouro também vai estender para 2012 um plano de incentivo às corretoras, experimentado neste ano. As corretoras que se destacarem na captação de clientes poderão ganhar parte da taxa de custódia que é cobrada do investidor.