Uma falha em um reator provocou o desligamento de quatro circuitos de transmissão entre a usina de Itaipu e a subestação de Foz do Iguaçu na tarde de ontem. Com isso, as regiões Sul e Sudeste e os estados de Mato Grosso, Acre e Rondônia tiveram o Esquema Regional de Alívio de Carga (Erac) acionado e houve falta de energia em vários locais, segundo informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A Companhia Paranaense de Energia (Copel) informou que cerca de 350 mil unidades consumidoras ficaram sem energia elétrica no Paraná, mas a maior parte foi normalizada poucos minutos depois.
De acordo com a Itaipu Binacional, a falha no reator causou uma espécie de explosão e um curto-circuito na linha de transmissão que liga Foz do Iguaçu (PR) a Ivaiporã (PR). Ainda não se sabe que falha foi essa. Segundo a empresa, um sistema de segurança foi acionado e interrompeu a transmissão de todas as outras linhas do setor de 60 Hz da usina que atende o Brasil. O setor de 50 Hz de Itaipu, que atende o Paraguai e cuja energia excedente é comprada pelo Brasil, não foi afetado.
A Itaipu ressalta que não houve problemas na geração de energia, e sim na transmissão. As unidades geradoras do setor de 60 Hz da Itaipu não apresentaram defeito, mas continuaram "girando em vazio", segundo a empresa. A situação provocou uma oscilação de frequência no Sistema Interligado Nacional (SIN), que afetou a transmissão da Copel em diversas localidades do Paraná. Para aliviar o carregamento do sistema, foi necessário realizar o desligamento alternado de alguns alimentadores. Nestes casos, a Copel explica que deixa de ser acionada parte do sistema elétrico como forma de proteção.
De acordo com o ONS, a falha ocorreu às 16h43 e o sistema voltou a funcionar às 17h13.
A perda de carga foi de aproximadamente 5,7 mil megawatts (MW). O ONS determinou que as distribuidoras fizessem cortes para administrar a queda nas linhas de transmissão. Segundo o operador, as distribuidoras selecionaram os locais em que faltaria luz. Com a ajuda das outras geradoras, a perda de carga real foi estimada em cerca de 3 mil MW.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) afirmou que vai averiguar se a falha foi causada por alguma irregularidade. O Ministério de Minas e Energia disse que não vai se pronunciar sobre o assunto. A Furnas, empresa responsável pela transmissão da energia, ainda não se manifestou.