Em um cenário de recessão aguda e inflação elevada, apenas funcionários públicos tiveram aumento real de salário na média do primeiro trimestre deste ano.
O rendimento médio dos servidores no período de janeiro a março foi de R$ 3.061, com ligeira alta de 0,4% sobre o valor dos três primeiros meses de 2015, já descontada a inflação do período. Nessa mesma comparação, o salário dos empregados formais do setor privado baixou 0,9%, para R$ 1.907.
As remunerações médias das demais categorias também subiram abaixo da inflação, ou seja, tiveram perda real. Os dados são da mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, que a cada trimestre entrevista os moradores de pouco mais de 211 mil domicílios de 3,5 mil municípios de todo o país.
De acordo com o levantamento, o rendimento médio real dos brasileiros, considerando todas as ocupações, encolheu 3,2% desde o início do ano passado, chegando a R$ 1.966 no período de janeiro a março de 2016.
Os empregados do setor privado sem carteira assinada foram os mais afetados pela crise. Em termos reais, seus salários caíram 5,1% em um ano, para R$ 1.108.
Na sequência aparecem os empregadores, donos das maiores remunerações. Eles receberam em média R$ 5.042 nos três primeiros meses do ano, valor 4,4% inferior ao de igual período do ano passado.
Os trabalhadores por conta própria perderam 3,9% na mesma comparação, com rendimento caindo para uma média de R$ 1.510, segundo a pesquisa do IBGE. E a remuneração dos trabalhadores domésticos, a mais baixa dentre todas as categorias pesquisadas, caiu 0,4%, para R$ 801.