Somente um em cada três brasileiros consegue guardar dinheiro depois de pagar todas as contas, aponta levantamento da empresa de informações de crédito Boa Vista Serviços, em alusão ao Dia Mundial do Consumidor, comemorado no último sábado. Apesar de parecer pouco, a empresa sustenta que o resultado é positivo. "Sabemos que no passado havia menos gente que conseguia terminar o mês com dinheiro sobrando. Hoje já é um número significativo", aponta Fernando Cosenza, diretor de Marketing, Inovação e Sustentabilidade.
Segundo ele, a situação pode ser verificada pela diminuição do índice de inadimplência, que teve momentos de crescimento de mais de 20% dois anos atrás e que em 2013 conseguiu recuar 0,4%. "Acompanhando a queda da inadimplência, percebemos o aumento da preocupação com planejamento e controle das finanças pessoais, com a consequência na guarda de dinheiro no fim do mês. É um número pequeno, mas é muito relevante", relata.
O levantamento considerou, em sua maior parte, as respostas de representantes das classes C, D e E. Esse setor da sociedade, a considerada classe média emergente, foi o mais afetado com a estabilização da moeda a partir de 1994 e do aumento no nível de emprego a partir de 2002. Em seguida, vieram as facilidades de crédito e, aliado a isso, o aumento na inadimplência. Atualmente, o brasileiro teria "aprendido com os erros" a usar o crédito sem gerar endividamentos do tipo bola de neve.
Poupança
Das pessoas que conseguem guardar dinheiro no fim do mês, a maioria (70%) prefere investir essa sobra em uma conta de poupança. Outros 7% pagam previdência privada e 8% investem em capitalização. Entre os entrevistados, 21% responderam que aprenderam a lidar com o dinheiro com conselhos de amigos ou parentes, 23% na internet e 17% com profissionais especializados. Ainda assim, 20% responderam que ainda têm dificuldades em lidar com o crédito.