Sete em cada dez brasileiros estão conectados. Mais de dois terços têm smartphone. E sete em dez estão em alguma rede social, 45% a mais do que a média mundial. Nos últimos quatro anos, o consumo de vídeo online cresceu 135%. Com esses números, não dá para negar que a internet não faz parte do dia a dia do brasileiro.
“O interesse do brasileiro está muito relacionado com o desejo de comunicação e socialização”, diz Maria Helena Marinho, head de marketing e insights da Google Brasil. As principais atividades realizadas diariamente pelos brasileiros no computador ou no smartphone são os aplicativos de mensagem, consulta a redes sociais e acesso a notícias.
Mas há um amplo potencial a ser explorado no Brasil, diz a executiva: “O país tem a quarta maior população online, mas é só o oitavo em número de digital shoppers e o 20° em penetração.”
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Uma pesquisa feita pelo Google e pela consultoria McKinsey mostra que ainda há muito para expandir nas habilidades digitais. O levantamento analisou como o brasileiro acessa e usa a internet, os cuidados que ele tem com a segurança, a cultura digital e o uso para atividades de criação. Numa escala que vai de zero (habilidades básicas) a cinco (avançadas), o brasileiro se autoavalia com um nível 3.
Os maiores gaps estão justamente na parte onde se poderia ganhar dinheiro com a internet: o processo de criação. Os brasileiros ainda engatinham neste campo e atribuem a nota 1,8, o que indica um nível básico de conhecimento. “A digitalização tem repercussão direta sobre a renda e as oportunidades de desenvolvimento social do Brasil.”
Maiores deficiências
Os piores desempenhos estão no entendimento e aplicação de conceitos de machine learning e de automação de sistema de dados. Os melhores: criação e desenvolvimento de apresentação e edição de vídeos. “Este problema explica boa parte da falta de pessoal especializado na área de tecmologia da informação”, explica Maria Helena.
A pesquisa constata que os brasileiros iniciam a jornada digital aprendendo as habilidades necessárias ao acesso. Somente depois de desenvolver competências relacionadas a segurança, uso e a uma cultura específica é que passam a criar no e para o ambiente digital.
O levantamento mostra que o brasileiro tem vocação para aprender experimentando e acompanha reviews de lançamentos, mas ainda tem uma postura de risco no uso de novas tecnologias.
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Quanto ao uso, os pontos fortes estão na utilização de aplicativos de mensagem e de buscadores. O brasileiro ainda precisa aprofundar seus conhecimentos em armazenamento de dados em nuvem e transações online.
Na segurança, a pesquisa da Google e da McKinsey constata que o internauta ainda tem dificuldade em identificar sites seguros e ameaças como malware. E no acesso, o brasileiro ainda precisa dominar o uso do comando de voz e a configuração de softwares.
As maiores deficiências estão entre a população mais madura, que tem 20% a menos de habilidades digitais; as mulheres jovens que acessam 10% a menos do que os homens e tem 10% a menos de habilidades de criação; e a população de baixa renda, cujo acesso é 10% inferior ao das classes AB.
Outras pesquisas também retratam estes gargalos. Um estudo feito pela FGV no ano passado mostra que para quase 70% das empresas, os mais velhos não conseguem acompanhar as transformações tecnológicas. E em uma das mais conceituadas universidades brasileiras, a USP, as mulheres correspondiam a apenas 15% das inscrições para a carreira de Ciências da Computação.
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