O Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, pode precisar elevar as taxas de juros apesar da alta histórica do desemprego, afirmou nesta terça-feira (1º) o presidente do Fed de Richmond, Jeffrey Lacker, durante evento da Bloomberg na capital do país.
A taxa de desemprego "pode ficar acima de 7%. Acho que precisamos nos preparar para isso", disse Richmond. "Eu acredito que é uma ideia errada pensar que temos de reduzir o desemprego para 5(%) ou algum número assim...antes de elevarmos as taxas".
Lacker foi o único dos dez membros votantes do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed a se opor na semana passada à decisão do grupo de reiterar planos de manter as taxas de curto prazo próximas a zero até o fim de 2014. O BC, afirma ele, provavelmente terá de elevar as taxas de juros em meado do ano que vem para manter a inflação sob controle.
O presidente do Fed de Richmond foi voz destoante nas três reuniões realizadas pelo Fomc este ano. Segundo Lacker, o BC precisa iniciar o aperto da política monetária quando as taxas de crescimento começarem a subir.
"Quando as taxas de crescimento sobem, a taxa real de juros precisa subir e, se ficarmos para trás, vamos criar muito dinheiro e isso vai gerar pressões inflacionárias", argumentou.
Lacker disse ainda esperar que o mercado de trabalho se recupere gradualmente à medida que a taxa de expansão dos EUA acelerar para 3% no fim do ano. O produto interno bruto (PIB) do país cresceu a um ritmo de apenas 2,2% no primeiro trimestre, depois de avançar 3% nos últimos três meses de 2011.
Na semana passada, o Fed reduziu ligeiramente suas projeções de desemprego ao mesmo tempo em que elevou as estimativas de inflação. O BC americano prevê que a taxa de desemprego cairá para 8% ou um pouco menos no final do ano e que a inflação ficará muito próxima de sua meta de 2%, mas não abaixo disso, como se acreditava anteriormente.
O desemprego nos EUA caiu de 9,1% em agosto do ano passado para 8,2% em março, mas alguns membros do Fomc temem que esse ritmo de declínio possa não ter continuidade.
"Se o desemprego não mostrar mais sinais de progresso, será algo a se considerar na hora de pesar as opções de política", afirmou o presidente do Fed, Ben Bernanke, durante coletiva trimestral na semana passada. As informações são da Dow Jones.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião