O dólar fechou em queda ante o real nesta segunda-feira (29), acompanhando o movimento da moeda norte-americana frente ao euro, com operadores aproveitando o avanço visto mais cedo devido à crise da dívida da Grécia para vender a divisa norte-americana.
No Brasil, investidores avaliaram que o impacto de um possível calote da Grécia seria pequeno. O alívio também foi influenciado por vendas de divisa relacionadas à briga antes da formação da Ptax de junho, taxa calculada pelo Banco Central que serve de referência para diversos contratos cambiais, no dia seguinte.
O dólar recuou 0,28%, a R$ 3,1195 na venda, após chegar a R$ 3,1528 na máxima do dia. O euro, por sua vez, valorizava-se cerca de 0,7% contra a moeda norte-americana.
Segundo dados da BM&F, o giro financeiro no mercado local de câmbio ficou em cerca de US$ 2 bilhões.
“As ligações diretas entre a Grécia e o resto do mundo são limitadas”, escreveu em relatório o economista-chefe para mercados emergentes da consultoria Capital Economics, Neil Shearing. “O que mais importa para os mercados emergentes não é tanto a crise na Grécia por si só, mas se ela provocará contágio e grandes deslocamentos financeiros na economia da zona do euro como um todo”, acrescentou.
A Grécia fechou nesta segunda-feira seus bancos e caixas eletrônicos para evitar corrida bancária, após o colapso das negociações entre Atenas e seus credores. O país tem menos de 48 horas para fazer um pagamento ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e um eventual calote desencadeará eventos que podem levar a sua saída da zona do euro.
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, irritou seus credores ao anunciar um referendo para o próximo domingo sobre os termos do acordo que liberaria mais recursos ao país em troca de reformas econômicas.
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No Brasil, os movimentos do câmbio foram influenciados também pela disputa da Ptax de junho, que será calculada na terça-feira (30). Nos últimos pregões do mês, operadores costumam brigar para trazer a taxa a patamares mais favoráveis a suas posições cambiais.
Dois operadores de importantes bancos internacionais avaliaram que a briga pela Ptax de junho deveria amortecer a pressão de alta sobre o dólar nesta sessão e na próxima. “Durante todo o mês, nós vimos mais entradas que saídas nas janelas da Ptax. É provável que isso continue agora”, disse um deles.
As atenções do mercado também se voltaram para a estratégia de intervenção cambial do BC. No fim da manhã, a autoridade monetária vendeu a oferta total de swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares, no leilão de rolagem.
Se mantiver a estratégia dos últimos meses e não realizar oferta no último pregão do mês, o BC terá reposto ao todo pouco menos de 70% dos contratos que vencem em julho.
Agora, o foco é a rolagem dos contratos que vencem em 3 de agosto, equivalentes a US$ 10,675 bilhões. Segundo analistas, o mercado não vai se surpreender se o BC sinalizar que deve rolar uma fatia ainda menor desse lote.
“O BC vai testar rolagens menores, de 70% ou menos. Se houver muita volatilidade, a proporção ficará perto ou acima de 80 por cento”, opinou o economista Pedro Tuesta, da empresa de análise financeira 4Cast.
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