Em tempos de doses diárias de dólar para segurar o câmbio, juros que sobem e descem em apostas futuras, um vai-não-fica do programa de afrouxamento monetário do banco central americano que está bagunçando as mentes e os mercados mundiais , o investidor pessoa física precisa estar ciente que não são só aplicações em bolsa de valores que requerem "sangue frio". No investimento em renda fixa, hoje em dia, principalmente em títulos públicos por meio do Tesouro Direto, rentabilidades negativas estão tirando o sono de muita gente.
Alguns desses títulos que nada mais são do que uma dívida emitida pelo governo brasileiro, que se compromete a devolver os recursos no final de um prazo com uma remuneração determinada perdiam ontem mais de 20% de seu valor no ano. Não é à toa que o investidor se assusta, já que essa queda é maior até mesmo que a da bolsa, que no ano tem perdas de 15,62%.
Os fundos de investimentos que aplicam em títulos prefixados também estão perdendo rentabilidade no ano. A explicação técnica para esse movimento de queda, que parece pouco natural para um investimento de renda fixa, atende pelo nome de "marcação a mercado". Basicamente, isso significa que os títulos precisam refletir os preços que estão sendo cobrados naquele instante. É como se você verificasse que na tabela de preços dos automóveis de ontem, seu carro valesse R$ 25 mil. Mas você sabe que hoje o mercado não está tão bom e só vai conseguir vender por R$ 22 mil. Logo, você só pode contar com esse valor.
Nos casos dos títulos públicos, quando chegarem ao vencimento, eles valerão exatamente aquilo que foi acertado na compra. Sendo assim, quem aplicou em fundos de renda fixa prefixados ou no Tesouro Direto e não tem alguma emergência deve esperar o título vencer ou os rendimentos voltarem ao normal.