Uma startup francesa quer começar em breve o serviço de carona paga entre cidades brasileiras. Depois de receber um aporte de US$ 200 milhões, em setembro, de três fundos de venture capital, a Blablacar corre para que as viagens compartilhadas entre cidades do Brasil comecem este ano. Em meio à polêmica acalorada sobre o Uber, a empresa diz que não teme reação das empresas de ônibus que fazem o mesmo serviço.
Com mais de 20 milhões de usuários em 19 países, a Blablacar usa um aplicativo para criar uma comunidade de motoristas e viajantes. Quem dirige e vai viajar informa com antecedência o trajeto, horário e estipula um preço para cada lugar no carro. Quem quer viajar, vê as opções de horário e preço e escolhe o motorista. Assim, é criada uma rede alternativa de transporte entre cidades.
Ao contrário do Uber, a Blablacar só oferece o serviço entre cidades – não é possível viajar entre dois bairros. Além disso, a empresa diz que os motoristas não podem ter lucro com a oferta dos lugares no carro – o que não livra o serviço de polêmica.
“O preço é definido pelos condutores, mas ele não pode ter lucro. A ideia é que os custos diretos, como combustível e pedágio, sejam compartilhados”, diz o diretor-geral da empresa para a América Latina, Julien Lafouge. Em português, o executivo francês resume o serviço como “rachar custos”. “Ninguém pode fazer para ganhar a vida. Se fizer, vamos agir”, diz.
Uma das funções do escritório que está sendo montado na capital paulista é exatamente criar parâmetros para evitar que condutores tenham lucro com a venda dos lugares no carro. Por isso, a empresa costuma estabelecer um valor teto para as viagens. Outra função do escritório é montar procedimentos para afastar potenciais problemas na relação entre motoristas e usuários. Por isso, o uso do serviço tende a passar por um pente-fino para a identificação das pessoas.
Em Portugal, por exemplo, um lugar na viagem de 320 km entre Lisboa e Porto é oferecida por motoristas a partir de 12 euros. De ônibus, a viagem custa a partir de 17 euros e de trem, 24 euros na segunda classe.
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