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Inovação

Após 4 mil carrinhos, criador do Coco Express aposta em filtros

Vídeo | Reprodução/TV Globo
Vídeo (Foto: Reprodução/TV Globo)

Uma das franquias de maior sucesso no Brasil nos últimos anos nasceu em Curitiba e tem a forma de um carrinho que serve água-de-coco em copo e garrafinha. Hoje a Coco Express tem cerca de 4 mil pontos de venda em todos os estados brasileiros, além de franquias no México, Venezuela, Costa Rica, Honduras e Guatemala. A rápida expansão, em dez anos de negócio, foi conquistada com uma fórmula seguida pelo empresário Eduardo Bretas: oferecer um produto prático, econômico e necessário. Mas com o mercado próximo da saturação, Bretas aposta no desenvolvimento de outros produtos para manter sua empresa. O último lançamento é um filtro de água ligado à rede hidráulica.

O sistema de extração da água-de-coco criado por Bretas é bastante simples e com isso pôde ser facilmente adaptado em um carrinho semelhante aos utilizados por vendedores de cachorro-quente. A máquina perfura o coco, retira e gela a água que estava no seu interior. "Morava em Manaus e via como o vendedor de água de coco não tinha condições de atender à demanda. O sistema de cortar o coco com um facão era muito primitivo e era difícil deixar ele bem gelado, porque a gordura do coco é um isolante térmico", conta.

Com formação em engenharia mecânica e experiência em multinacionais, Bretas se propôs a formular o sistema de extração. Inicialmente ele fez uma parceria com terceiros, que fabricavam o equipamento para ele comercializar. Mas logo passou a montar os carrinhos em um galpão próprio em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.

Nos primeiros anos de negócio, a Vertbello, dona da marca Coco Express, chegou a vender até 120 carrinhos em um mês. Atualmente a produção é pequena, cerca de 20 unidades mensais. Segundo Bretas, os equipamentos vendidos no início do negócio, em 1997, ainda estão em operação e não apresentam problemas, por isso há pouca reposição.

O carrinho para a venda de água-de-coco custa cerca de R$ 2 mil e o quiosque aproximadamente R$ 4 mil. "Dependendo do ponto, em poucos meses é possível obter o retorno financeiro", garante.

A Coco Express não funciona mais pelo sistema de franquias – o qual determinava algumas regras, como por exemplo a distância que um ponto de venda deveria ficar do outro. Hoje o empresário vende o equipamento e autoriza o uso da marca por tempo ilimitado. "O próprio mercado se equilibrou." Mas cerca de 500 empreendedores ainda estão ligados à Vertbello e pagam royalties.

A Vertbello está fechando negócio para exportar o equipamento para Moçambique e Índia, mas as vendas internacionais estão um pouco desaquecidas. No México, a empresa licenciou um fabricante que produz lá mesmo os equipamentos. "Eles têm o direito de fabricar, mas não podem exportar. O mercado lá tem uma dinâmica própria e os pontos de venda oferecem, além da água-de-coco, subprodutos da fruta." Bretas tentou replicar esse modelo no Brasil, mas a iniciativa não foi para frente. Segundo ele, haveria mudanças como cobrança de aluguel maior dos pontos localizados em shoppings, por causa da venda de alimentos.

Inovação

A nova invenção do empresário – um filtro de água, ligado à rede hidráulica e que pode ser acoplado nos bebedouros que hoje são munidos com galões de 20 litros de água mineral – tem como público-alvo as pessoas jurídicas. "Uma empresa, ou uma loja, onde o consumo não é nem de um galão de água por dia, em 18 meses consome cerca de 6 mil litros de água mineral, o que é muita coisa."

As vendas se iniciam por São Paulo, depois no Centro-Oeste, no Nordeste e em setembro chegam ao Sul do Brasil, quando as temperaturas devem voltar a subir. O preço ao consumidor será de cerca de R$ 350 e Bretas diz que tem grandes expectativas com a venda do produto.

Para o empresário-inventor, o desenvolvimento de novos produtos é essencial para as empresas se manterem no mercado. "Desenvolvi o Coco Express, que foi um sucesso, mas não dá para parar por aí. Quem achar que seu produto é eterno fica para trás. É preciso inovar sempre para sobreviver." Ele lamenta, no entanto, o clima propício à pirataria existente no Brasil, que desestimula as inovações.

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