A abertura do mercado do gás natural no Brasil, anunciada em julho, faz gigantes como a Siemens se movimentarem para ganhar espaço no setor energético.
Em evento de inovação nesta quarta-feira (7/8), a multinacional alemã anunciou que está analisando 26 projetos termelétricos no Brasil, como o Porto de Açu, no Rio de Janeiro, e que planeja zerar as emissões de carbono globalmente até 2030.
Segundo André Clark, CEO da Siemens no Brasil, os projetos incluem usinas de termogeração a gás natural de alta eficiência, utilizando GNL ou gás explorado do pré-sal, que devem ser executados em até quatro anos. “As emissões de carbono podem cair até 6%”, prevê o executivo.
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Em apresentação no “Siemens Fórum 2019: Inovação em Foco”, em São Paulo, Joe Kaeser, CEO mundial da gigante alemã, revelou também que a Siemens deve investir mais de R$ 2,5 bilhões em projetos de infraestrutura, energia elétrica e óleo e gás no Brasil até 2022. Mas, para isso, ele quer conhecer os principais projetos planejados pelo governo federal.
Em março do ano passado, a Siemens firmou um acordo com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) para investir 1 bilhão de euros no país (R$ 4,47 bilhões). Do total, R$ 1,4 bilhão já foi investido em projetos de energia elétrica, incluindo a aquisição de 20% da Micropower-Comerc empresa de armazenamento de baterias, operação divulgada na segunda-feira (5/8).
O valor bilionário também contabiliza a construção e operação de uma usina térmica de gás natural de 1.300 megawatts no porto do Açu, no Rio de Janeiro -- projeto no qual a Siemens entrou como sócia da Prumo Logística e da petroleira BP, com participação de 33%.
Inovação
Para atender a demanda de infraestrutura no Brasil, a Siemens possui sete centros de pesquisa e desenvolvimento, que criam tecnologia principalmente para o setor elétrico. Os hubs estão localizados próximos a universidades em Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Jundiaí (SP), Manaus (AM) e Canoas (RS). “Temos 300 pessoas atuando nesses centros. A população dobrou nos últimos dois anos”, calcula Clark.
Em junho, a Siemens inaugurou o MAC (MindSphere Application Center), espaço para pesquisa e desenvolvimento de soluções digitais em Jundiaí, interior de São Paulo. O hub também prevê programas com universidades e startups que contribuam com métodos ágeis de desenvolvimento de projetos. “A cibersegurança está no centro do setor de P&D da empresa. O Brasil está avançado em segurança, mas os riscos crescem na mesma proporção”, compara Clark.
Globalmente, a Siemens fundou em 2016 a Next 47, unidade separada da multinacional para fomentar ideias disruptivas e acelerar o desenvolvimento de novas tecnologias, principalmente por meio de parcerias e aportes em startups.
O diretor da Next 47 aponta que, entre os investimentos já realizados, estão a Markforged, que fabrica impressoras 3D para fibras de carbono e aço inoxidável; a Turvo, de logística, e a Claroty, de monitoramento de sistemas.
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