O dólar à vista fechou praticamente estável nesta quinta-feira, 3, em leve alta de 0,03%, aos R$ 3,754. A estabilidade da cotação, no entanto, está longe de indicar um dia tranquilo no mercado de câmbio. A sessão foi marcada por intensa volatilidade, com as atenções dos investidores bastante focadas no cenário doméstico, principalmente no noticiário em torno do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
As especulações em torno da permanência do ministro deram o tom dos negócios pela manhã e à tarde, ora com percepções negativas, ora com análises positivas. Pela manhã, o dólar atingiu a máxima de R$ 3,816 (+1,68%), num movimento atribuído a uma queda de braço do mercado com o Banco Central, em torno de uma possível intervenção no mercado à vista - que não aconteceu.
A puxada das cotações do dólar para o patamar além dos R$ 3,81, no entanto, acabou por desencadear uma realização de lucros no mercado futuro, o que fez a cotação desacelerar o ritmo de alta também no mercado à vista. Um repique pontual aconteceu no início da tarde, com a notícia de que Levy havia cancelado sua visita à Turquia, para o encontro do G-20, para participar de uma reunião com a presidente Dilma Rousseff e os ministros Nelson Barbosa, do Planejamento, e Aloizio Mercadante, da Casa Civil.
A primeira leitura da notícia foi negativa, reforçando as especulações em torno da permanência de Levy no governo. Num segundo momento, no entanto, o mercado avaliou positivamente o encontro, que teria por objetivo buscar formas de fortalecer Levy, justamente como resposta às recentes especulações. Para essa tese, contribuiu o fato de o ministro da Fazenda ter mantido os demais compromissos no exterior, no caso a viagem a Paris e Madri. Com isso, o mercado voltou a realizar lucros mais nitidamente, e o dólar passou a renovar sucessivas mínimas, chegando a cair 0,43% (R$ 3,737), antes de retornar ao patamar próximo do fechamento de ontem.