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Crise elétrica

Após apagão, Brasil importa energia

País não importava energia desde 2010: compra um dia depois do blecaute que atingiu 11 estados e o DF | Christian Rizzi/Arquivo/Gazeta do Povo
País não importava energia desde 2010: compra um dia depois do blecaute que atingiu 11 estados e o DF (Foto: Christian Rizzi/Arquivo/Gazeta do Povo)

Um dia depois do apagão que atingiu 11 estados e o Distrito Federal, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) importou uma carga adicional de energia da Argentina para atender a demanda no horário de pico. Segundo o relatório Informativo Preliminar Diário da Operação (IPDO) do ONS, referente a última terça-feira, o país importou uma média de 165 megawatt (MW) ao longo do dia. Essa transferência no horário de pico, registrado às 14h48, atingiu 998 MW. A Aneel considera que 1 MW abastece uma residência durante um mês inteiro.

Na explicação que acompanha o boletim, o ONS dizia que o pedido foi feito para reforçar o abastecimento das 10h23 às 12h00 e das 13h00 às 17h02. A carga foi destinada especificamente ao sistema Sudeste/Centro-Oeste. Desde 2010 que não se realizava esse tipo de operação entre os países. A energia da Argentina entrou no Brasil por meio de uma interligação na estação de Garabi, na cidade de Garruchos (RS).

No mesmo dia, a região Sudeste/Centro-Oeste, considerada uma só pelo ONS, recebeu energia de todas as demais regiões do Brasil. Uma das características do Sistema Interligado Internacional (SIN) é que uma região que tem excedente de geração de energia envia carga para regiões com déficit.

Como os reservatórios das usinas no Sudeste/Centro-oeste estão baixos, com 17,63% de seu nível, tem havido a necessidade de se importar energia de outras regiões.

De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a importação de energia da Argentina segue na linha do governo de buscar alternativas para atender a demanda dos consumidores, principalmente no horário de pico – que vem ocorrendo no início da tarde, em virtude do forte calor.

A importação está relacionada com um acordo operacional energético entre os dois países e serve para que, em casos de necessidade, um país possa solicitar ao outro o envio de energia. A definição sobre a quantidade de energia necessária para ser feita nesta importação cabe ao ONS.

Na última dia terça-feira, a geração do Sudeste/Centro-oeste no horário de pico foi de 36.782 MW para uma demanda de 50.976 MW. O descasamento entre oferta e demanda foi, portanto, de 14.194 MW.

Incremento

A capacidade instalada do parque gerador brasileiro deve ser ampliada em 7.303 megawatts (MW) em 2015, o que representará uma adição de 5,5% em relação à oferta potencial de energia ao final de 2014. A informação consta em documento publicado na página eletrônica da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

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