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| Foto: Fernanda Carvalho/Fotos Públicas

Com o maior apetite por risco no exterior, o dólar comercial encerrou o pregão em queda, um dia após atingir cotação recorde. A moeda americana terminou a sexta-feira cotada a R$ 4,108 na compra e a R$ 4,11 na venda, um recuo de 1,34% ante o real. Na semana, no entanto, a divisa acumula ganho de 1,56%. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) acompanhar os pares internacionais e opera em alta, com elevação de 1,19%, aos 38.167 pontos, às 17h02.

Segundo analistas, a desvalorização do dólar durante todo o pregão esteve atrelada ao ambiente externo, com os investidores esperando por novos estímulos monetários na região do euro e na China e com a recuperação dos preços do petróleo, o que beneficia a moeda dos países produtores do óleo. O barril do tipo Brent registrava alta de 8%, a US$ 31,59, pouco antes do encerramento dos negócios no Brasil.

“O cenário externo está beneficiando o real e não temos nada de relevante do ponto de vista interno. A expectativa de incentivos na Europa e na China fazem com que os investidores tomem mais risco”, afirmou Bernard Gonin, analista macro da Rio Gestão de Investimentos.

No exterior, o dólar ganha em relação a maior parte das moedas fortes. O “dollar index”, calculado pela Bloomberg e que mede o comportamento da divisa frente a uma cesta de dez moedas, subia 0,47%. “Em movimento de correção técnica, após o exagero de ontem, o dólar comercial opera em queda ante o real. O cenário de menor aversão ao risco faz com que os agentes desmontem parte das posições defensivas assumidas nos últimos dias”, afirmou Ricardo Gomes da Silva, superintendente da Correparti Corretora de Câmbio, em relatório a clientes.

Na quinta-feira, dia seguinte à decisão do Banco Central (BC) de manter a taxa básica de juros inalterada em 14,25% ao ano, o dólar comercial fechou na maior cotação nominal registrada desde a criação do Plano Real, em 1994. A moeda americana avançou 1,51% contra o real, a R$ 4,166 para venda, um recorde parta valores de fechamento. O recorde anterior era dos R$ 4,145 registrados em 23 de setembro.

A alta da Bolsa é encarada mais como um movimento de correção e não como uma reversão de tendência. No entanto, o Ibovespa acentuou os ganhos após a abertura dos negócios nos Estados Unidos. Segundo analistas, os investidores estão aproveitando a melhora do humor no exterior para fazer esse ajuste. A indicação do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, de que a Europa pode receber novos estímulos monetários faz com que as Bolsas no continente operem em forte alta.

“O Draghi animou o mercado com a indicação de novos incentivos, o que faz as Bolsas europeias subirem. Mas por aqui, no entanto, é um movimento de ajuste e não uma reversão de tendência. A expectativa de de resultados mais fracos para as empresas brasileiras na temporada de balanços do quarto trimestre e projeções de uma recessão em torno de 3% em 2016”, avaliou Ari Santos, gerente de renda variável da corretora H.Commcor.

É nesse clima que as ações da Petrobras operam em alta. Os papéís preferenciais (PNs, sem direito a voto) registram alta de 0,66%, cotados a R$ 4,53, e os ordinários (ONs, com direito a voto) sobem 3,02%, a R$ 6,48.

Já as ações da Vale passaram a operar no terreno negativo, após registrar ganhos significativos pela manhã. As preferenciais passaram a cair 1,02% e as ordinárias têm leve recuo de 0,54%. O setor bancário, o que tem o maior peso na composição do Ibovespa, o pera com ganhos. As altas das preferenciais do Itaú Unibanco e do Bradesco são de, respectivamente, 1,42% e 1,70%.

As Bolsas americanas também operam em forte alta, consolidando o pregão de recuperação. O Dow Jones sobe 1,22% e o S&P 500 registra valorização de 1,91%. Na Europa, os principais indicadores registraram altas significativas. O DAX, de Frankfurt, registrou valorização de 1,99%, e o CAC 40, da Bolsa de Paris, avançou 3,10%. No caso do FTSE 100, de Londres, a variação foi de 2,19%.

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