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Industria farmacêutica

Após bater R$ 1 bilhão, dono do Cimegripe constrói nova fábrica para triplicar produção

Grupo cimed deve fechar o ano com 80 novos produtos em diferentes segmentos | Divulgação/Grupo Cimed
Grupo cimed deve fechar o ano com 80 novos produtos em diferentes segmentos (Foto: Divulgação/Grupo Cimed)

Após bater R$ 1 bilhão de faturamento pela primeira vez na história, o grupo farmacêutico Cimed, dono do antigripal Cimegripe e dos multivitamínicos Lavitan, quer acelerar sua expansão, nos próximos anos. O grupo pretende triplicar sua capacidade de produção e começar a exportar, em especial para os Estados Unidos, com a construção de uma nova fábrica, prevista para 2020. A meta, até lá, é chegar a R$ 2 bilhões.

A nova planta, de 15 mil metros quadrados, está em construção na cidade de Pouso Alegre, no Sudoeste de Minas Gerais, onde também se encontra a fábrica atual do Cimed. A expectativa é ampliar a capacidade de produção, que hoje gira em torno de 150 milhões a 180 milhões de comprimidos, e chegar a até 600 milhões por mês.

A previsão é investir R$ 140 milhões reais para a construção de uma área de 15 mil metros quadrados. “É uma fábrica totalmente moderna, com tecnologia 4.0, que vai operar com menos mão de obra e mais maquinário”, explica o presidente do Cimed, João Adibe, em entrevista exclusiva para a Gazeta do Povo.

Um dos planos é acelerar o lançamento de novos produtos. Entre mudanças de fórmula, reformulação de embalagem e itens novos, o Cimed deve fechar o ano com 80 novas apresentações, divididas entre medicamentos, multivitamínicos e produtos de higiene e beleza.

Além de ampliar a presença no mercado interno, o Cimed quer começar a exportar, em especial para o mercado de OTCs (medicamentos que não exigem prescrição médica, como é o caso de alguns analgésicos e anti-inflamatórios) dos Estados Unidos. Além do segmento de genéricos, para países da América Latina.

Para tanto, a fabricante vai precisar de licenças junto aos órgãos de saúde dos respectivos países importadores. Para Adibe, isso não é motivo para preocupação. “A Anvisa é um dos órgãos mais regulamentados do mundo, o Brasil é um exemplo de produtos farmacêuticos, e isso facilita demais para as indústrias brasileiras” atingirem o padrão de qualidade exigido por entidades como o FDA norte-americano, por exemplo.

Crescimento acelerado

Na contramão da crise, o setor farmacêutico registrou crescimentos sucessivos, nos últimos cinco anos. No acumulado de 2013 a 2017, as 20 maiores fabricantes aumentaram seu faturamento em 55%, segundo dados da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma). Com o Cimed não foi diferente.

Neste mesmo período, a fabricante ampliou seu faturamento em 71%, bem acima da média do mercado, com base nos dados da Interfarma. Só no ano passado, quando atingiu R$ 1 bilhão pela primeira vez na história, o Cimed cresceu 26% (em relação ao ano anterior), mais do que o dobro da média das 20 maiores empresas (11%).

“Nossa meta é crescer o dobro do que o mercado ceresce e, assim, aumentar nosso market share”, explica o presidente do Cimed. A empresa projeta um faturamento de R$ 1,3 bilhão este ano (crescimento de 27% em relação a 2017); de R$ 1,6 bilhão em 2019 e, em 2020, chegar à sonhada casa dos R$ 2 bilhões.

Em pesquisa com CEOs do mundo todo, em 2016, a PwC identificou os executivos de indústrias farmacêuticas e de biociências como os mais otimistas em relação ao crescimento de suas empresas, muito relacionado ao envelhecimento da população e aos investimentos do setor em tecnologia.

Fundado em 1976, por muitos anos o Cimed foi um grupo pequeno, focado em vender medicamentos similares a preços baixos. Desde que Adibe assumiu, em 2012, o crescimento entrou em modo turbo. Entre outras ações para fortalecer o nome da marca nacionalmente está o investimento em automobilismo (a equipe da Cimed já foi bicampeã na Stock Car), vôlei e futebol.

Nos últimos anos, o grupo acredita ter se beneficiado do fato de ter colocado o pé no acelerador, no auge da crise, enquanto alguns concorrentes frearam o crescimento.

O grupo também aposta em uma estratégia logística diferente da de seus concorrentes, com distribuidores próprios, com representantes em todos os estados do país. O que facilita, segundo Adibe, na hora de chegar a farmácias independentes, que não têm rede, sem depender de intermediários.

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