Em carta enviada a integrantes do conselho de administração da Petrobras, o presidente da estatal, Aldemir Bendine, disse que não há decisão sobre redução dos preços da gasolina e do diesel. As ações da empresa caíram mais de 9% depois de informações sobre uma possível revisão dos preços ser publicada em um blog.
No texto, Bendine diz que a companhia monitora permanentemente a composição de custos e o comportamento do mercado e debateu se a redução dos preços poderia reverter a retração das vendas, que chega a 10% este ano.
“Não houve qualquer avanço além disso -apenas um debate sobre a elasticidade do mercado neste momento e seus efeitos na nossa estratégia e nos nossos resultados”, escreveu o presidente da Petrobras, em resposta a críticas de conselheiros sobre a possibilidade de redução nos preços.
Com a queda do preço do petróleo no mercado internacional, a gasolina e o diesel são vendidos no Brasil a preços superiores ao mercado internacional. As contas variam entre especialistas: de acordo com a Tendências, por exemplo, a diferença é hoje de 23,5% no caso da gasolina e de 42,7% no caso do diesel.
O Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) calcula que, na média mensal, a gasolina no Brasil foi vendida a um valor 24,8% superior ao verificado no mercado internacional. Já no caso do diesel, o prêmio da estatal é de 50,4%.
Entre os conselheiros da Petrobras, porém, é majoritária a visão de que a estatal não deve reduzir preços neste momento, sob o risco de prejudicar o processo de ajuste em suas contas. Com uma dívida de quase R$ 500 bilhões, a companhia vem cortando custos e investimentos para tentar sobreviver à crise.
“Estamos todos aqui, diretores e conselheiros, com o objetivo de atender única e exclusivamente os interesses da Petrobras”, afirma Bendine, na carta, defendendo que “não há politização” nas discussões sobre o preço dos combustíveis.
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