Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
mercado financeiro

Após cair 1% com Mantega, dólar ronda estabilidade com ação do BC

Após cair 1% ante o real pela manhã e chegar ao patamar de R$ 1,95, o dólar operava praticamente estável nesta sexta-feira (8) após o Banco Central fazer uma intervenção e indicando que esse poderia ser o piso de uma nova banda informal.

A moeda norte-americana abriu os negócios nesta manhã em forte baixa após o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmar à Reuters que o governo não deixaria o dólar ceder R$ 1,85, alimentando as interpretações de que a divisa poderia cair ainda mais.

"Ele (Mantega) veio com esse pronunciamento do R$ 1,85, o mercado entendeu que estava muito longe do piso então começou a vender dólar", afirmou o economista da XP Investimentos, Daniel Cunha.

Para alguns analistas, no entanto, a intervenção do BC também teve o objetivo de retirar o excesso de volatilidade do dólar, que na véspera já havia recuado 0,82% ante o real.

Às 16h02, a moeda norte-americana registrava leve queda de 0,03%, cotada a R$ 1,9714 na venda. Segundo dados da BM&F, o volume negociado estava em torno de US$ 2,1 bilhões.

"Eles (BC) parecem estar fazendo duas coisas: uma é tentar desacelerar a apreciação do real, mas eles também parecem estar colocando um limite de R$ 1,95 por dólar, pelo menos por enquanto", afirmou o estrategista-chefe para a América Latina do IDEAglobal em Nova York, Enrique Alvarez.

O teto dessa nova banda informal, segundo operadores, é de 2 reais. Por boa parte do ano passado, o dólar também ficou preso a um intervalo restrito, entre R$ 2 e R$ 2,10.

Logo no início da sessão, o dólar bateu 1,9510 real na mínima do dia, com o mercado buscando novos patamares com a entrevista de Mantega. A fala veio após o pregão agitado da véspera, quando o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, expressou preocupações com a inflação, fazendo os contratos de juros futuros dispararem e o dólar recuar para o menor nível em quase nove meses.

Em resposta à rápida valorização do real, o BC anunciou um leilão de swap cambial reverso no final da manhã, equivalente a uma compra de dólares no mercado futuro e que ajuda a puxar o dólar para cima. O BC não realizava leilões de swap cambial reverso desde o final de outubro.

Uma fonte do governo já havia mostrado desconforto com o movimento do mercado na manhã desta sexta-feira, ao dizer à Reuters que a apreciação do real ante o dólar estava sendo "um tanto exagerada" diante dos fundamentos da economia brasileira e expectativas para a moeda.

Para o economista-chefe do BES Investimento, Jankiel Santos, o mercado estava tentando entender qual é o novo piso de negociação do dólar. Até as declarações de Mantega, o mercado via R$ 1,95 como limite, mas o número dado pelo ministro abriu espaço para interpretações de que o governo toleraria um dólar ainda mais depreciado.

"A falta de volatilidade da moeda ou a perspectiva de ter um dólar estável em torno de R$ 2 já traria benefício para a inflação", afirmou Santos.

O mercado tem apostado recentemente que as autoridades brasileiras usarão o câmbio como ferramenta de contenção da inflação, embora o governo já tenha rechaçado essa alternativa.

Após a divulgação do IPCA de janeiro na quinta-feira, Tombini afirmou que a inflação continuará pressionada e que deverá ficar na casa dos 6 por cento em 12 meses durante o primeiro semestre do ano, muito próxima do teto da meta, de 6,5%.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.