As autoridades da Turquia retiraram nesta terça-feira (03) o bloqueio imposto desde março ao YouTube, após o Tribunal Constitucional considerar ilegal a restrição ao site.
Após analisar uma queixa do Colegiado de Advogados da Turquia, os juízes decidiram na semana passada que o bloqueio ao canal de vídeos viola a liberdade de expressão e os direitos individuais, e transferiu a sentença para o Ministério de Comunicação.
Nesta terça, o informe que explicava sobre o fechamento do YouTube desapareceu do site da Autoridade de Telecomunicações e o canal de vídeos já podia ser acessado normalmente, como comprovou a Agência Efe em Istambul.
O órgão tinha bloqueado o acesso ao YouTube em março, gesto que a oposição atribuiu ao uso do canal de vídeos para se divulgar críticas e imagens comprometedoras contra o primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan.
O gabinete do primeiro-ministro explicou na época em uma nota que a medida era necessária para se evitar a espionagem.
Pouco antes do bloqueio, tinha sido divulgado no portal uma gravação de uma conversa entre militares e funcionários das Relações Exteriores e dos serviços secretos que supostamente debatiam sobre diferentes cenários armados no norte da Síria.
O Tribunal Constitucional ordenou no início de abril a retirada do embargo ao Twitter, também fechado semanas antes, mas a batalha pela reabertura de YouTube se prolongou em várias instâncias judiciais inferiores, até chegar à máxima corte do país.
Grande parte dos turcos seguiram acessando o YouTube graças ao uso de ferramentas para driblar a proibição, da mesma forma que fizeram entre 2007 e 2010, época na qual o portal também esteve bloqueado.
Nesta época, o motivo para a censura foi a divulgação de vídeos que insultariam o fundador da Turquia moderna, Mustafa Kemal Atatürk.