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Em uma tentativa de acalmar os mercados financeiros globais nervosos, o BC da China disse nesta quinta-feira que não há motivo para o yuan cair mais | Tyrone Siu/Reuters
Em uma tentativa de acalmar os mercados financeiros globais nervosos, o BC da China disse nesta quinta-feira que não há motivo para o yuan cair mais| Foto: Tyrone Siu/Reuters

A China reduziu nesta quinta-feira (13) em 1,11% a taxa de referência do yuan frente ao dólar, pela terceira vez em três dias, informou a agência oficial Xinhua. Ainda assim, no mercado a moeda fechou quase estável, recuando apenas 0,2%. Na quarta-feira, a autoridade monetária chinesa cortou a taxa referencial diária em 1,62%.

Além disso, o Banco do Povo (o banco central da China) aumentou a intervenção no mercado de câmbio. Bancos estatais teriam recebido ordens para comprar yuans e vender dólares a taxas definidas, disseram à Reuters fontes do setor bancário com conhecimento direto do assunto.

O regulador de câmbio, uma divisão do banco central, recentemente emitiu um aviso ordenando que seus subdepartamentos fortaleçam a supervisão para evitar grandes compras cambiais e deem conselhos administrativos a bancos em caso de necessidade, segundo as fontes.

“Quando o humor do mercado causar volatilidade anormal, qualquer órgão regulatório vai intervir para ajudar a estabilizar os preços”, disse uma fonte.

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O Banco do Povo fixa uma taxa de referência a cada dia, a partir da qual o yuan está autorizado a flutuar em uma margem de 2% para cima ou para baixo. Esta taxa de referência da divisa chinesa frente ao dólar passou de 6,3306 yuans na terça-feira para 6,4010 nesta quinta, informou a agência.

O yuan no mercado à vista fechou a 6,399 em relação ao dólar nesta quinta-feira, uma queda de 0,2% frente à cotação da véspera e quase igual à taxa de referência.

Panos quentes

O vice-presidente do BC chinês, Yi Gang, disse nesta quinta-feira que o país vai acelerar a abertura de seu mercado de câmbio e vai atrair mais investidores estrangeiros à medida que liberaliza os mercados financeiros.

Em uma tentativa de acalmar os mercados financeiros globais nervosos, o BC da China disse nesta quinta-feira que não há motivo para o yuan cair mais por conta dos fortes fundamentos econômicos do país.

O banco central disse que o forte ambiente econômico do país, o superávit comercial sustentado, a posição fiscal saudável e grandes reservas internacionais dão “amplo suporte” à taxa de câmbio.

Guerra cambial

Os cortes têm provocado temores de uma guerra cambial mundial com outros países sentindo a pressão para desvalorizar suas moedas e levanta questões sobre a saúde da segunda maior economia do mundo, cujo crescimento já está desacelerando.

A manobra também atraiu acusações de políticos dos Estados Unidos de que Pequim estava concedendo uma vantagem desleal a seus exportadores.

O banco central disse então que a manobra era uma depreciação não recorrente, mas fontes envolvidas no processo de tomada de decisões na China disseram à Reuters que vozes poderosas dentro do governo estão pressionando para que o yuan recue ainda mais, sugerindo pressão por uma desvalorização de quase 10%.

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No entanto, mesmo se o banco central for bem-sucedido em impor um piso ao yuan por ora, dados econômicos fracos para julho e expectativas de mais cortes de juros ainda neste ano devem alimentar expectativas de que as autoridades podem permitir que a moeda se enfraqueça mais.

As principais bolsas da Ásia fecharam em alta nesta quinta-feira. O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, encerrou o pregão em alta de 0,99%; o Hang Seng, da Bolsa de Hong Kong, avançou 0,43%, e a Bolsa de Xangai, registrou alta de 1,76%.

Reformas

A agência Fitch disse nesta quinta-feira que a depreciação do yuan “destaca pressões mais amplas sobre a economia”, mas também demonstra que as autoridades permanecem comprometidas com reformas de livre mercado, comprometimento que muitos haviam questionado após as pesadas intervenções de Pequim para limitar o tombo das bolsas de valores em junho.

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