A Apple deu mais um passo na crítica às violações de privacidade na indústria da tecnologia. Ainda na quinta-feira (31), impediu que o Google rode seus aplicativos de desenvolvimento interno para iOs, em uma aparente resposta à violação dos termos de privacidade que as empresas desenvolvedoras precisam atender em relação aos usuários Apple. Na quarta-feira (30), a Apple fez a mesma coisa com o Facebook.
A decisão ocorreu depois de a Apple ter se queixado de que o Google estava executando um programa voluntário, semelhante ao do Facebook, que oferecia dinheiro aos participantes que instalassem um aplicativo de pesquisa em seus telefones, permitindo que o Google monitorasse suas atividades.
O Google afirmou ainda na quinta-feira (31) que está “trabalhando com a Apple para consertar uma interrupção temporária de alguns dos nossos aplicativos corporativos para iOS, que esperamos que seja resolvida em breve”.
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Assim como o aplicativo de pesquisa do Facebook, o software do Google – chamado Screenwise Meter – foi desenvolvido e distribuído aos consumidores sob um certificado de desenvolvedor corporativo que restringe a base de usuários aos funcionários da empresa. Ao disponibilizar os aplicativos para o público em geral, as empresas de tecnologia entraram em conflito com os termos da Apple. O Google desativou o Screenwise Meter em dispositivos iOS e se desculpou pelo ocorrido em comunicado ao Techcrunch na quarta-feira (30).
“Nós projetamos nosso Enterprise Developer Program exclusivamente para a distribuição interna de aplicativos dentro de uma organização”, informou a Apple depois que o Techcrunch publicou matéria sobre o caso do aplicativo de pesquisa do Facebook.
O porta-voz da Apple, Tom Neumayr, disse que a empresa está “trabalhando em conjunto com o Google para ajudá-los a restabelecer rapidamente seus certificados corporativos”. A Apple tem se posicionado com a grande crítica do setor aos modelos de negócios que impulsionam empresas como Google e Facebook. O CEO da companhia, Tim Cook, pediu que a legislação seja refinada para combater o que ele descreveu como “complexo industrial de coleta de dados”. Nos últimos anos, todo o trabalho de divulgação de produtos e marketing da empresa também tem enfatizado a questão da privacidade e da segurança aos usuários da Apple.
A própria Apple, no entanto, foi criticada nesta semana pelo bug no seu app de conversa por vídeo FaceTime, que permitia que as pessoas que realizavam as chamadas pudessem “espionar” as outras pouco antes de a chamada ser atentida.