Após iniciar a semana com seu pior pregão em quase uma década, a Bovespa conseguiu respirar ontem e encerrou com forte valorização de 7,63%, para 49.541 pontos. Na segunda, havia caído 9,36%, sua maior baixa desde janeiro de 99.
O desempenho do mercado acionário brasileiro não foi exceção ontem: as bolsas registraram ganhos nos principais centros financeiros. Quem esteve na rota contrária foi a Ásia. A Bolsa de Tóquio, por exemplo, recuou 4,12%.
Depois do fracasso do governo Bush na tentativa de aprovar seu pacote de socorro bilionário no Congresso dos EUA fato que sacudiu os mercados financeiros anteontem , os investidores esperam uma solução para os próximos dias. Essa perspectiva, somada aos deteriorados preços das ações, levou os investidores às compras. Como foi o último dia do mês, muitos fundos de investimento aproveitaram a oportunidade para tentar encontrar pechinchas e melhorar os retornos de suas carteiras.
A Bovespa terminou setembro com queda de 11,03%, em seu quarto mês seguido de depreciação. Com isso, a maioria dos fundos de ações deve ter encerrado o mês no vermelho.
Em São Paulo, apenas três das 66 ações do índice Ibovespa registraram perdas ontem. No pregão de segunda, todos os papéis recuaram.
A ação ordinária da BM&FBovespa liderou os ganhos de ontem, com apreciação de 17,07% no dia anterior, havia recuado 20,21%. O papel PN da Petrobras subiu 7,17%.
Todavia, a melhora não significa uma mudança de rumo dos mercados.
"A volatilidade se mantém muito elevada. O mercado prossegue muito imprevisível e continua sujeito a dias bem ruins e outros muito bons, como temos presenciado nas últimas semanas. O pacote tem de sair de uma forma ou de outra, pois não podemos esquecer que há risco de uma crise sistêmica", diz Alexandre Maia, economista-chefe da Gap Asset.
Dólar
No mercado de câmbio, o movimento foi similar ao da bolsa. O dólar terminou com queda de 3,15%, vendido a R$ 1,904. Na segunda, tinha disparado 6,2%, tendo encostado em R$ 2 durante o dia. Mesmo com a baixa de ontem, o dólar se apreciou 16,45% no mês. Analistas têm afirmado ser muito difícil o dólar retornar para suas mínimas recentes há dois meses, a moeda rondava os R$ 1,56.