Tensão global leva o ouro ao topo do ranking mensal
A deterioração do cenário internacional elevou o ouro ao topo do ranking dos investimentos em setembro um dos piores meses do mercado financeiro nos últimos anos. Com medo da dimensão da crise americana e os impactos na economia real, os investidores correram para a aplicação considerada mais segura em momentos de turbulência como o atual.
A forte demanda, aliada à alta do dólar no mercado doméstico, fez o ouro subir 22,5% no mês e superar com folga as demais aplicações. É a maior alta mensal do metal desde janeiro de 1999, quando o Brasil passou por uma dura crise cambial.
Na contramão, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) teve o pior desempenho desde abril de 2004 e ficou na lanterninha do ranking de investimentos, com queda de 11,03% no mês.
"Infelizmente na bolsa há dois sentimentos que atrapalham as aplicações", avalia o administrador de investimentos Fabio Colombo. "O primeiro é o medo, que faz os investidores venderem as ações no momento em que deveriam comprar. O outro é a ganância, que faz o investidor comprar ações quando a bolsa está muito alta." Um erro crasso entre os investidores. "Por isso, os pequenos sempre perdem dinheiro, porque saem no momento errado."
Agência Estado
Após iniciar a semana com seu pior pregão em quase uma década, a Bovespa conseguiu respirar ontem e encerrou com forte valorização de 7,63%, para 49.541 pontos. Na segunda, havia caído 9,36%, sua maior baixa desde janeiro de 99.
O desempenho do mercado acionário brasileiro não foi exceção ontem: as bolsas registraram ganhos nos principais centros financeiros. Quem esteve na rota contrária foi a Ásia. A Bolsa de Tóquio, por exemplo, recuou 4,12%.
Depois do fracasso do governo Bush na tentativa de aprovar seu pacote de socorro bilionário no Congresso dos EUA fato que sacudiu os mercados financeiros anteontem , os investidores esperam uma solução para os próximos dias. Essa perspectiva, somada aos deteriorados preços das ações, levou os investidores às compras. Como foi o último dia do mês, muitos fundos de investimento aproveitaram a oportunidade para tentar encontrar pechinchas e melhorar os retornos de suas carteiras.
A Bovespa terminou setembro com queda de 11,03%, em seu quarto mês seguido de depreciação. Com isso, a maioria dos fundos de ações deve ter encerrado o mês no vermelho.
Em São Paulo, apenas três das 66 ações do índice Ibovespa registraram perdas ontem. No pregão de segunda, todos os papéis recuaram.
A ação ordinária da BM&FBovespa liderou os ganhos de ontem, com apreciação de 17,07% no dia anterior, havia recuado 20,21%. O papel PN da Petrobras subiu 7,17%.
Todavia, a melhora não significa uma mudança de rumo dos mercados.
"A volatilidade se mantém muito elevada. O mercado prossegue muito imprevisível e continua sujeito a dias bem ruins e outros muito bons, como temos presenciado nas últimas semanas. O pacote tem de sair de uma forma ou de outra, pois não podemos esquecer que há risco de uma crise sistêmica", diz Alexandre Maia, economista-chefe da Gap Asset.
Dólar
No mercado de câmbio, o movimento foi similar ao da bolsa. O dólar terminou com queda de 3,15%, vendido a R$ 1,904. Na segunda, tinha disparado 6,2%, tendo encostado em R$ 2 durante o dia. Mesmo com a baixa de ontem, o dólar se apreciou 16,45% no mês. Analistas têm afirmado ser muito difícil o dólar retornar para suas mínimas recentes há dois meses, a moeda rondava os R$ 1,56.
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