O mercado está revisando para baixo suas previsões para a inflação em 2006, após o IBGE ter divulgado uma taxa bem abaixo do esperado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto.

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Economistas também disseram que a boa surpresa e a perspectiva positiva para o ano garantem espaço para a continuidade da queda do juro básico.

O IPCA subiu apenas 0,05% no mês passado, contra previsão média de analistas ouvidos pela agência Reuters de 0,21%.

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De 10 instituições financeiras consultadas após o dado, seis reduziram seus prognósticos para a inflação no ano e quatro disseram que irão revê-los para baixo, provavelmente ainda esta semana.

Os prognósticos revisados variaram de 3,10% a 3,61%, o equivalente a uma média de 3,44%. As projeções anteriores apontavam uma média de 3,63%, oscilando entre 3,30% e 3,80%.

- A revisão é inevitável, porque a projeção do ano é um acumulado de meses e o mês de agosto surpreendeu - disse Alexandre Maia, economista-chefe da GAP Asset Management.

No ano, até agosto, o IPCA acumula elevação de apenas 1,78%.

Quase todos os analistas ouvidos já têm na conta da nova previsão um eventual reajuste de combustíveis, previsto por muitos para depois das eleições.

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A projeção para a inflação deste ano aponta para a menor taxa desde 1998, marca o quarto ano consecutivo de queda e coloca a inflação abaixo do centro da meta perseguido pelo Banco Central, de 4,5%.

Com os dados comportados, os analistas vêem espaço para que o BC continue cortando o juro.

- O IPCA é o indicador para balizar as decisões de política monetária, portanto quanto menor for sua taxa, maiores as chances de redução da Selic - afirmou Alex Agostini, economista-chefe da Austing Rating.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) também revisou sua projeção para o IPCA do ano nesta quarta-feira, de 4,4% para 3,2%.