A retomada da tendência internacional de queda do dólar tirou a moeda norte-americana das máximas em mais de um mês frente ao real, em meio às expectativas sobre a reunião do Federal Reserve.
O dólar fechou a quinta-feira a 1,714 real, em queda de 0,46%. Na véspera, a divisa subiu a 1,722 real, maior nível desde 20 de setembro.
Enquanto o mercado brasileiro encerrava as operações, o dólar caía 1,1% ante as principais moedas. O euro subia 1,25%, acima de 1,39 dólar.
A queda do dólar era motivada pela previsão de que o Fed apresentará na próxima semana um pacote de estímulos para a economia dos Estados Unidos. A incerteza sobre o tamanho da ajuda abriu espaço para uma alta do dólar nos últimos dias, mas o movimento de correção foi interrompido, com apostas de que o volume de compra de ativos pelo Fed será grande.
Pesquisa da Reuters com dealers primários mostrou que a expectativa é de que o banco central dos EUA compre entre 80 bilhões e 100 bilhões de dólares em títulos por mês, com o objetivo de aumentar a oferta de dinheiro no mercado.
Para Rodrigo Nassar, gerente da mesa financeira da corretora Hencorp Commcor, a baixa do dólar só não foi maior no Brasil por causa da fraqueza das bolsas de valores.
A cautela diante da intervenção do governo brasileiro no mercado de câmbio pouco interferiu desta vez, acrescentou Nassar, já que não houve novidades.
Nos últimos dias, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, declararam que o governo avalia o efeito das medidas já tomadas antes de preparar eventuais ações adicionais.
Nesta quinta-feira, Meirelles defendeu a atitude do governo, que toma medidas enquanto espera por uma ação coordenada global para resolver os desequilíbrios .