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Banco Central

Após mínima histórica, juro bancário começa abril em alta

Após cair para 41% ao ano em março, o menor nível desde o início da série histórica, em julho de 1994, os juros bancários cobrados de pessoas físicas iniciaram o mês de abril em alta, informou nesta quinta-feira (29) o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes.

Nos 15 primeiros dias deste mês, de acordo com dados da autoridade monetária, os juros bancários de pessoas físicas avançaram 1,2 ponto percentual, para 42,2% ao ano. A taxa cobrada pela instituições financeiras de empresas subiu 0,4 ponto percentual no mesmo período, para 26,7% ao ano. Já a taxa média geral, ou seja, de operações com pessoas físicas e empresas, cresceu 0,8 ponto percentual na primeira metade deste mês, para 35% ao ano.

"Os juros cobrados pelos bancos das famílias cresceram, basicamente, em função do crédito pessoal. Reflete também movimentos na curva de juros futuros. Você tem, de fato, uma elevação da curva de juros que se reflete no custo de captação e isso é repassado ao tomador final", disse Altamir Lopes, do Banco Central.

Os juros futuros, que servem de base para o custo de captação dos bancos, se movimentam de acordo com a expectativa do mercado financeiro sobre a taxa básica de juros da economia, a Selic. Como já havia a expectativa de que a Selic fosse subir em abril, a curva de juros futuros já ficou mais alta antes mesmo disso acontecer - elevando também o custo de captação dos bancos. Nesta quarta-feira (28), o BC confirmou a percepção do mecado ao elevar a taxa básica em 0,75 ponto percentual, para 9,5% ao ano.

Altamir Lopes, do BC, argumentou porém que esse movimento de subida dos juros bancários no início deste mês pode ser revertido. "As vezes, movimentos parciais se revertem", disse ele, lembrando que há outros fatores que impactam os juros bancários, como a taxa de inadimplência (que está em queda) e o lucro dos bancos, entre outros.

Questionado sobre qual seria a tendência para o futuro, Lopes afirmou que "não dá para afirmar nada a respeito do tema". "Não posso afirmar que a taxa vai subir mais ou subir menos. Também não posso afirmar que vai cair. Isso vai depender do movimento no spread bancário [diferença entre a taxa de captação dos bancos e o valor cobrado de seus clientes]", disse ele, que não quis fazer comentários sobre decisões futuras do BC a respeito da taxa de juros.

A expectativa do mercado financeiro, porém, é de que os juros básicos, definidos pela autoridade monetária, subam ainda mais nos próximos meses para combater pressões inflacionárias, terminando este ano em 11,75% ao ano. Se esse cenário se confirmar, a tendência é de repasse deste crescimento, em alguma proporção, aos juros cobrados pelos bancos de seus clientes.

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