
Novo socorro
Governo dos EUA apresenta novo plano de ajuda às instituições financeiras.
ALGUNS PONTOS
Injeção direta nos bancos
O governo vai usar a segunda metade do pacote de US$ 700 bilhões aprovado no ano passado para continuar injetando dinheiro nas instituições financeiras. Promete, no entanto, alterações em relação aos métodos usados no governo George W. Bush, como mais transparência.
Fundo público-privado
Sem dar muitos detalhes, o governo promete a criação de um programa que terá dinheiro público e privado para a compra de ativos "podres" dos bancos, que devem envolver especialmente os ligados a hipotecas imobiliárias. O valor mínimo do investimento será de US$ 500 bilhões, podendo chegar a até US$ 1 trilhão, mas o Tesouro não deixa claro qual será a fatia estatal do programa nem quais garantias dará ao investidor privado.
Financiamentos
Para tentar destravar o crédito, o governo vai expandir de US$ 20 bilhões para US$ 100 bilhões (que espera que sejam alavancados em até US$ 1 trilhão em empréstimo) um programa de financiamento para facilitar e diminuir os juros para pequenas empresas, para a compra de carros e para o financiamento estudantil, entre outros setores.
Ajuda
Mais US$ 50 bilhões serão usados para que mutuários de classe média que correm o risco de perder as casas possam renegociar as condições de suas hipotecas.
O QUE ESTÁ GARANTIDO
US$ 500 bilhões para injeção em bancos, ajuda a proprietários que correm o risco de perder suas residências e estímulo ao financiamento.
O QUE NÃO ESTÁ CLARO
US$ 1 trilhão será gasto para a compra de ativos "podres dos bancos", mas o Tesouro não deixou claro quanto desse dinheiro terá origem pública e quanto será privado nem quais as garantias que dará para os investidores privados em caso de perdas.
Washington - Depois de ofensiva do presidente Barack Obama que incluiu endurecimento da retórica contra a oposição republicana, visita a cidades mais atingidas pelo desemprego e convocação de entrevista coletiva em rede nacional, o Senado aprovou sua versão do plano de estímulo defendido pelo democrata como maneira de ressuscitar a economia norte-americana.
Por 61 votos a favor e 37 contra, a Casa do Legislativo norte-americano passou um pacote que prevê gastos de US$ 838 bilhões em dez anos, dos quais cerca de 35% virão de cortes em impostos. Os três únicos votos da oposição republicana foram conseguidos entre senadores moderados que trabalharam num conjunto de cortes da medida original, que chegou a US$ 930 bilhões.
Entre as diminuições feitas para agradar à oposição, estão o corte de 50% no auxílio a governos estaduais e locais, que ficou com US$ 39 bilhões, e na extensão de seguro-saúde para pessoas que perderam emprego, que contará com US$ 20 bilhões. Ainda assim, cerca de 65% do plano irá para gastos públicos em obras de infraestrutura, ajuda a governos e benefícios a desempregados.
Mesmo com os cortes, o plano tal como se apresenta hoje representa 5,6% do PIB dos EUA, a maior economia do mundo, o que o coloca entre as maiores iniciativas da história, como o Plano Marshall, de reconstrução da Alemanha no Pós-Segunda Guerra (5,4% do PIB de então), e a primeira fase do New Deal de Franklin Delano Roosevelt (1882-1945), que equivalia a 5,9% do PIB da época.
A aprovação foi aplaudida por Obama, que cobrava urgência dos senadores. Na terça-feira, havia dito que o governo "é a única entidade com recurso para trazer a economia de volta à vida". Informado ontem na Flórida, qualificou a passagem pelo Senado de "bom começo".
Reação diferente teve o líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, do estado do Kentucky. "Significa a europeização dos EUA", disse, referindo-se à alta dos gastos públicos, que em suas contas passaram de 18,4% do PIB sob Ronald Reagan (1911-2004) para "até 40% nos próximos dois anos".
O avanço foi aplaudido tanto pela Câmara Americana de Comércio, maior entidade patronal do país, que reúne 3 milhões de empresas, como pela AFL-CIO, a maior central sindical, que representa 10 milhões de trabalhadores.
Trâmite
Agora, as lideranças das duas Casas do Legislativo se sentam para eliminar diferenças a Câmara dos Representantes aprovou sua versão no dia 29 de janeiro, num valor de US$ 819 bilhões. Novas mudanças, cortes e adequações são esperados nessa última rodada de negociações. Se houver acordo, a medida pode ir para assinatura de Obama no final da semana ou no começo da próxima.
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