O dólar tomou fôlego nesta segunda-feira (17) e fechou com alta superior a 2% ante o real, reagindo à piora nos mercados externos devido a preocupações com a crise de dívida na zona do euro. A moeda norte-americana subiu 2,28%, para 1,7695 real na venda. A alta desta sessão marcou o fim de uma série de oito baixas, durante a qual a taxa de câmbio acumulou perdas de 8,56%. O mercado mais uma vez oscilou ao sabor do noticiário internacional, onde predominou o receio de que a crise de dívida europeia não seja resolvida tão rapidamente quanto o esperado. Essa preocupação se agravou depois de o ministro de Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, afirmar que não é possível esperar uma cura miraculosa para a crise de dívida do bloco numa reunião de cúpula de lideranças da União Europeia (UE) no próximo fim de semana. Segundo o operador de câmbio da Interbolsa do Brasil Moacir Marcos Júnior, o quadro externo desfavorável estimulou investidores a zerarem posições vendidas no mercado futuro, o que acabou intensificando a alta da cotação. "O pessoal zerou mesmo. Já tinha caído muito, e lá fora foi o gatilho (para a zeragem)", disse. Júnior se referia ao posicionamento de investidores nos mercados de dólar futuro e cupom cambial (DDI) na BM&FBovespa. Os estrangeiros, por exemplo, detinham na sexta-feira, último dado disponível, 225,75 milhões de dólares em posições líquidas vendidas, que ganham com a queda da moeda norte-americana. Essa exposição representa uma forte queda quando comparada à posição líquida vendida de 24 bilhões de dólares registrada no início de julho, que levou o governo a adotar no final daquele mês uma taxação sobre derivativos cambiais para tentar barrar a queda do dólar, que à época era cotado nas mínimas em 12 anos. A taxação, associada à escalada dos temores com a crise de dívida na zona do euro, patrocinou no início deste mês uma reversão nessas apostas, que chegaram a ficar compradas em dólar, ou seja, favoráveis à alta da moeda norte-americana.
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