O Brasil gerou prejuízo ao maior fundo soberano do planeta no ano passado e, em meio aos problemas sem perspectiva de melhora, os gestores decidiram reduzir quase pela metade a exposição ao país. Balanço do Fundo Soberano da Noruega revelou que o total de investimentos em ativos brasileiros caiu 41,7% no decorrer de 2015, para 47,1 bilhões de coroas norueguesas. Um dos principais problemas foi o retorno negativo de 27,4% gerado pelos títulos brasileiros de renda fixa, o que derrubou o resultado de toda a carteira.
Números apresentados nesta quarta-feira (9) revelaram que os gestores do Fundo Soberano da Noruega mudaram radicalmente a estratégia de investimento para o Brasil. A exposição da carteira às ações e títulos de dívida do País caiu o equivalente a 33,7 bilhões de coroas norueguesas - ou cerca de R$ 14 bilhões.
A maior contração aconteceu na renda fixa, onde a exposição diminuiu em 45,7%. Só nos títulos emitidos pelo governo federal – que compõem a maior parcela – a posição da carteira foi reduzida em 47%, conforme o patrimônio declarado em coroas norueguesas. Isso fez com que o Tesouro Nacional caísse de 8.º emissor mais importante da carteira de renda fixa em 2014 para a 17.ª posição em 2015.
Na renda variável, a exposição aos papéis brasileiros foi reduzida em 36,4% no ano. Apenas com as ações da Petrobras, a posição financeira dos noruegueses diminuiu em 40% em 2015. Na comparação com o pico registrado em 2010, a exposição do Fundo Soberano da Noruega às ações da estatal brasileira já diminuiu 81%.
Prejuízo
O próprio fundo detalha as razões por trás dessa grande mudança de estratégia. “Os títulos governamentais de mercados emergentes, que somam 12,2% da carteira, fizeram menos que os papéis de países desenvolvidos, com retorno negativo de 4,9%. O Brasil teve desempenho particularmente ruim, com retorno negativo de 27,4% na cesta de moedas do fundo, devido ao aumento do juro e do real fraco”, diz o relatório, ao lembrar que a renda fixa das economias desenvolvidas teve retorno positivo de 1,6%.
Os gestores reconhecem que, em reais, os papéis brasileiros emitidos pelo Tesouro Nacional terminaram o ano com retorno positivo de 2,9%. O ganho, porém, foi completamente corroído pela expressiva desvalorização do real ao longo do ano. Por isso, a carteira de renda fixa do maior fundo soberano do mundo teve retorno 0,2 ponto porcentual inferior à referência seguida pelos gestores.
Na média, a carteira de renda fixa rendeu 0,3% no ano. “A carteira tinha posição acima da referência nos mercados emergentes, mais notadamente no Brasil, e isso gerou contribuição negativa diante do fraco retorno nos bônus do governo brasileiro”, cita o relatório.
Os gestores explicaram o mau momento dos ativos brasileiros pela situação mais frágil dos mercados emergentes, o que “enfraqueceu severamente o real”. Os papéis emitidos pelo Tesouro e outros governos emergentes também foram afetados com “o pequeno aumento no retorno de longo prazo dos países desenvolvidos”.
Fim do ano legislativo dispara corrida por votação de urgências na Câmara
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Frases da Semana: “Alexandre de Moraes é um grande parceiro”
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast