Dias após o Facebook registrar a maior queda da história de Wall Street, um acionista decidiu processar a empresa sob o argumento de que a rede social publicou informações enganosas sobre suas operações e número de usuários.
A queixa foi protocolada por James Kacouris, que ingressou com um processo judicial na última sexta-feira (27) com vistas a recuperar o prejuízo que teve com a queda das ações. Kacouris argumenta que o Facebook e seu CEO, Mark Zuckerberg, violaram leis federais dos Estados Unidos por enganar os acionistas ao maquiar números do total de usuários ativos na rede e do lento crescimento do faturamento da rede.
Kacouris também cita no processo o CFO da rede, David Wehner.
Em um relatório preliminar, divulgado na última semana, o Facebook admitiu que esperava por um crescimento mais lento no faturamento, além de margens menores de crescimento, em parte pelos investimentos em aumentar a segurança e privacidade da plataforma. O relatório ignorava um movimento massivo de vendas de ações que derrubaram o valor de mercado da empresa em mais de US$ 100 bilhões. Foi a maior queda em um único dia da história de Wall Street.
LEIA TAMBÉM: Escândalos do Facebook começam a atingir a empresa onde dói: no crescimento
“O anúncio do Facebook chocou o mercado”, argumenta Kacouris, em seu processo. Ele alega que “atos errados e omissos” do Facebook, além do “declínio abrupto no valor de mercado das ações ordinárias da empresa” resultaram em perdas significativas e danos para ele e para outros acionistas.
O Facebook não quis comentar o assunto.
Nas reuniões da última semana, Zuckerberg insistiu que os investimentos massivos da empresa em segurança vão diminuir sua margem de lucros. “Nós começamos a sentir isto neste trimestre”, disse ele, argumentando que “nós pensamos no futuro da empresa a longo prazo, e não apenas no próximo trimestre”.
Este não é o primeiro processo de um investidor que o Facebook enfrenta este ano. No começo do ano, investidores acusaram a empresa de enganar os acionistas no caso do escândalo de privacidade envolvendo a britânica Cambridge Analytica, que acessou de forma imprópria as informações de 87 milhões de pessoas.
O Twitter, que também lida com desafios de aumentar sua segurança, sofreu uma derrocada nas suas ações na última semana. A empresa diz ter perdido um milhões de usuários ativos em um mês, em um sinal de há um preço a ser pago para coibir “face news” e suspender contas inapropriadas.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast