A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu o pregão desta quinta-feira (28) em leve queda, com investidores digerindo o corte da nota de classificação de risco dos bancos brasileiros e de olho em novidades da cúpula europeia, que começa nesta quinta-feira (28) em Bruxelas (Bélgica). O Ibovespa, índice de referência do mercado brasileiro, recuava 0,40%, aos 52.896 pontos, por volta das 10h20m, novamente influenciado pelo tombo do preço das ações da OGX Petróleo, do bilionário Eike Batista. O dólar comercial avançava 0,48%, cotado a R$ 2,085 na compra e R$ 2,087 na venda.
A agência Moody's rebaixou na noite de quarta-feira a nota de classificação de risco (rating) de oito bancos brasileiros, entre instituições de varejo e de investimentos. Dos bancos listados na Bolsa brasileira, recuam as ações do Banco do Brasil (-0,85%), Santander Brasil (-0,12%), Bradesco (-0,84%) e Itaú Unibanco (-1,09%).
"São revisões esperadas, mas nem por isso deixam de ser negativas. Os bancos já vinham se ajustando mais forte, principalmente por causa da inadimplência na carteira de financiamento automotivo. No contexto ruim de mercado e piora da economia brasileira, apesar de parcialmente ajustados, os bancos ainda devem sofrer algum efeito", disse Álvaro Bandeira, sócio da gestora Órama.
Após o tombo das ações das empresas do Grupo EBX, do bilionário Eike Batista, no pregão de quarta-feira, os papéis das empresas voltam a ter fortes perdas. Recuam as ações da OGX Petróleo (7,52%), da MMX Mineração (1,99%) e da LLX Logística (4,03%). Ontem, as ações perderam R$ 8,4 bilhões na Bolsa em meio a uma crise de confiança de investidores. Eike tentou acalmar ontem investidores durante teleconferência com analistas, sem sucesso.
Títulos da Espanha sobem acima de 7% e pressionam Europa
O pregão é ainda recheado por indicadores no Brasil. O Banco Central (BC) derrubou a nesta quinta-feira a previsão de crescimento do país neste ano, de 3,5% para 2,5%. Já o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) variou 0,66%, em junho, acima das expectativas do mercado, de inflação entre 0,48% e 0,60%.
Na Europa, os principais índices registram perdas nesta quinta-feira. Operam em queda as Bolsas de Londres (0,84%), Paris (0,47%), e Frankfurt (1,05%). Sobem as Bolsas de Madri (0,29%) e Milão (0,14%).
O mercado europeu reage negativamente ao avanço do custo de financiamento da Espanha. Os títulos soberanos do país de 10 anos voltaram a subir acima de 7% nesta quinta-feira, pela primeira vez na semana, às vésperas do encontro de líderes da União Europeia. Esse nível custo de financiamento é considerado insustentável por especialistas.
Além da pressão provocada pelos títulos da Espanha, a economia britânica encolheu 0,3% durante os três primeiros meses do ano e entrou em sua segunda recessão em quatro anos, informou nesta quinta-feira o Escritório para Estatísticas Nacionais.
BC tenta barrar especulação com novo leilão de swap
No mercado de câmbio, o Banco Central (BC) realiza nesta quinta-feira um novo leilão contratos de swap cambial (operação equivalente a uma venda da moeda). Ontem, a autoridade monetária vendeu 60 mil contratos, num total de US$ 2,99 bilhões. Segundo analistas, as reações do BC ocorrem em meio a um movimento de especulação no mercado, com investidores tentando "puxar" para cima o dólar.
"Quem ganha dinheiro atualmente no mercado faz isso provocando a alta da moeda. Existem pressões para a formação da Ptax, na sexta-feira, a taxa que liquida contratos futuros da moeda", disse Alfredo Barbutti, analista da BGC Liquidez.
Na Ásia, os principais mercados fecharam em alta nesta quinta-feira com investidores comprando ações após dados positivos nos EUA. Fecharam em alta as Bolsas de Tóquio (1,65%), Cingapura (0,18%) e Sydney (0,04%). Os ganhos foram limitados pelo receito com a cúpula europeia.
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