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São Paulo – A queda das Bolsas nos Estados Unidos motivou a realização de lucros no mercado acionário brasileiro e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou com baixa de 0,94%, aos 46.015 pontos. Segundo analistas, é natural que os investidores embolsem os ganhos depois de a Bovespa atingir novos patamares de pontuação. Nos dois pregões anteriores, na quarta e quinta-feira, o índice da Bolsa paulista fechou com recordes.

"A tendência ainda é de alta, mas pode ocorrer uma realização de curto prazo, porque vários mercados vêm batendo recordes", avalia Álvaro Bandeira, da corretora Ágora Senior.

A Bovespa chegou a subir 0,14% pela manhã, mas não sustentou a alta, principalmente em razão da tendência negativa nos EUA. No horário do fechamento do pregão no Brasil, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, recuava 0,26%. A Bolsa eletrônica Nasdaq caía 0,23%.

Estrangeiros

O retorno dos investidores estrangeiros neste mês tem ajudado no desempenho positivo da Bolsa paulista. Em fevereiro, até o dia 16, os estrangeiros colocaram R$ 1,159 bilhão na Bovespa. No acumulado do ano, entretanto, o saldo de investimento estrangeiro está negativo em R$ 105,3 milhões, por conta das saídas em janeiro.

Câmbio

O dólar fechou ontem com alta de 0,33%, vendido a R$ 2,089. "O dólar também não tem muito espaço para subir, mas é normal que ocorram altas de curto prazo", disse Bandeira.

A agenda econômica externa foi tranqüila nesta sexta-feira. Entretanto, os investidores permaneceram atentos à trajetória dos juros nas principais economias do mundo e aos desdobramentos da tensão do programa nuclear do Irã, além dos impactos desta questão sobre os preços do petróleo.

"A despeito das atenções que despertam os comportamentos da inflação e da atividade econômica americana, a ponto de haver ‘excessiva sensibilidade’ a todos os indicativos econômicos dos Estados Unidos por parte do mercado global, em suma, pode-se afirmar que predomina um cenário bastante positivo no mercado global e há, sim, expressivo excesso de liquidez", avalia Sidnei Moura Nehme, diretor-executivo e economista da corretora NGO.

No cenário interno, as expectativas permanecem positivas em relação à economia e ao ingresso de recursos no país, o que favorece ainda a queda do dólar em relação ao real.

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