O Comando Nacional dos Bancários, que representa os funcionários do setor em greve há 13 dias, informou que devem ser retomadas nesta segunda-feira (11) às 11h, em São Paulo, as negociações com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) após a rejeição da nova proposta apresentada pelos bancos no sábado, que foi avaliada como 'insuficiente' pelo sindicato.
Nesta segunda, o sindicato da categoria disse que após a rodada com a Fenaban nesta segunda, o Comando Nacional se reunirá com as direções do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal para retomar as negociações das reivindicações específicas.
"O Comando Nacional orienta todos os sindicatos a manterem e ampliarem a greve na segunda-feira, para forçar os bancos a melhorarem a proposta", informou no sábado a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT),em comunicado.
De acordo com a Contraf - CUT, a proposta apresentada pelos bancos neste sábado incluia reajuste de 9,82% para o piso salarial, 6,5% de reajuste para quem ganha até R$ 4.100 (e um valor fixo de R$ 266,50 para os salários superiores a esse valor).
Foi proposto também 6,5% de reajuste para a PLR e todas as verbas salariais e auxílios.
Segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o país conta com 19.830 agências bancárias. De acordo com a Contraf, essa é a maior greve da categoria bancária nos últimos 20 anos, já que na quinta-feira (7) 8,28 mil agências ficaram fechadas.
Reivindicações
Os bancários reivindicam reajuste de 11%, valorização dos pisos salariais, maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR), medidas de proteção à saúde com foco no combate ao assédio moral e às metas abusivas, garantia de emprego, mais contratações, igualdade de oportunidades, segurança contra assaltos e sequestros e fim da precarização via correspondentes bancários, entre outros pontos.
A paralisação provocou uma divisão na representação na Fenaban. De um lado, os bancos públicos, que são os mais afetados pela paralisação, têm pressa de chegar a um acordo que atenda os anseios dos trabalhadores, enquanto os bancos privados resistem.
Só que as negociações ocorrem em uma mesa única que define as mesmas cláusulas econômicas tanto para os bancos públicos quanto para os privados. O pior para os bancos públicos é que as greves no setor costumam ser mais fortes e mais longas.
Uma das explicações para o fenômeno é que, no setor privado, os dias parados são descontados dos salários e o medo do desemprego é mais presente. Já os servidores públicos têm estabilidade e os dias parados acabam sendo compensados.
Em São Paulo, onde existe a maior concentração de bancos privados do País, 54% das 667 agências bancárias fechadas ontem pela greve são de bancos públicos - basicamente Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
Em outras regiões, a greve nos bancos públicos é ainda mais forte. "É nos bancos públicos que se encontra a mola propulsora do movimento", comentou um executivo de um banco privado, que preferiu não ser identificado.