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Câmbio

Após seis sessões seguidas de alta, dólar fecha a semana em queda sobre o real

Nos seis pregões anteriores, o dólar havia acumulado valorização de 6,25% e chegou a R$ 3,57 no intradia da véspera, maior patamar em 12 anos | Fernanda Carvalho/Fotos Públicas
Nos seis pregões anteriores, o dólar havia acumulado valorização de 6,25% e chegou a R$ 3,57 no intradia da véspera, maior patamar em 12 anos (Foto: Fernanda Carvalho/Fotos Públicas)

O dólar encerrou em queda nesta sexta-feira (7), interrompendo seis sessões seguidas de alta, mas ainda permanecendo acima de R$ 3,50, após o Banco Central aumentar a intervenção no câmbio neste mês, mesmo diante do cenário político bastante conturbado e expectativas cada vez mais fortes de que os juros nos Estados Unidos vão subir em breve.

O dólar caiu 0,83%, a R$ 3,5081 na venda. Na semana, a moeda norte-americana acumulou alta de 2,44%.

Nos seis pregões anteriores, o dólar havia acumulado valorização de 6,25% e chegou a R$ 3,57 no intradia da véspera, maior patamar em 12 anos. Apesar do respiro de agora, especialistas dizem que a tendência ainda é de alta.

“A tendência para o dólar é continuar pressionado. Hoje foi um alívio momentâneo causado pelo aumento das rolagens (de swaps) do BC”, disse o operador de câmbio da Intercam Corretora, Glauber Romano.

O noticiário político no Brasil, com operadores enxergando chances bastante pequenas, mas não desprezíveis, de afastamento da presidente Dilma Rousseff tem golpeado o ânimo no mercados locais. O clima político conturbado vem minando a confiança dos agentes econômicos, ainda mais com diversas medidas para tentar melhorar a economia paradas no Congresso Nacional.

“O mercado está sem referência. Operar com economia é fácil, é fazer conta. Não tem fórmula para operar com política”, disse o operador de uma gestora de recursos internacional. “Como o mercado está em pânico, qualquer faísca é fogo”, afirmou Romano.

Durante a manhã, a moeda teve uma sessão volátil, com os dados do mercado de trabalho norte-americano fortalecendo a tese de que os juros na maior economia do mundo podem subir em setembro, o que ajudou o dólar a subir 0,88%o ante o real na máxima desta sessão.

Juros mais altos nos EUA podem atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em países com o Brasil.

Intervenção

Após o fechamento da véspera, o BC anunciou aumento da oferta de swaps, contratos equivalentes a venda futura de dólares. Se mantiver as ofertas de até 11 mil contratos e vender sempre o lote total, a autoridade monetária rolará praticamente todos os swaps que vencem em setembro e correspondem a US$ 10,027 bilhões. Até então, a sinalização era de que rolaria cerca de 60%.

Nesta manhã, o BC vendeu o lote total de até 11 mil swaps. Ao todo, já rolou o equivalente a US$ 1,696 bilhão, ou cerca de 17% do lote total que vence no mês que vem.

O BC havia rolado parcialmente os últimos três lotes, estratégia entendida por agentes financeiros como sinalização de que estava disposto a aceitar o dólar mais alto para estimular a economia via exportações, além de reduzir os gastos com os derivativos.

A decisão de aumentar a rolagem para setembro foi considerada acertada por vários operadores consultados pela Reuters, que julgam que a demanda por proteção cambial vinha crescendo nos últimos dias.

“Apesar do crescente custo do atual estoque de swaps, este pode não ser o momento adequado para reduzir o ritmo da rolagem, em nossa avaliação”, escreveram estrategistas do banco BNP Paribas em nota a clientes.

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