Com 12,4 mil cortes, a construção civil foi o segundo setor que mais demitiu em junho| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Estímulo

Governo prepara medidas para micro e pequenas empresas, diz ministro

Reuters

O governo federal prepara um pacote de medidas para micro, pequenas e médias empresas que poderá contemplar melhorias na área tributária, informou o ministro do Trabalho, Manoel Dias. Entre as ações em análise está a atualização das faixas de faturamento para enquadramento das empresas em regime tributário diferenciado. "O reajuste nas faixas do Simples está sendo discutido", disse.

Atualmente, empresas com faturamento anual bruto igual ou inferior a R$ 360 mil são consideradas microempresas para efeito tributário. Já empresas com faturamento superior a R$ 360 mil e inferior a R$ 3,6 milhões são consideradas de pequeno porte. Os empreendedores pedem a atualização dessas faixas para que possam registrar níveis maiores de faturamento sem que haja risco de serem desenquadradas do regime tributário Simples, que unifica a cobrança de tributos federais. A última atualização nas faixas ocorreu em 2011.

De acordo com o ministro, o pacote vai conter também ações para desburocratizar a abertura e o fechamento de empresas e facilitar a contratação de trabalhadores.

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Dados ruins para o emprego formal em junho levaram o governo a reduzir a previsão para a geração de vagas com carteira assinada em 2014. A expectativa agora é de 1 milhão de novos postos, pior resultado desde 2003. Após uma sequência de meses desanimadores na atividade econômica, o Ministério do Trabalho informou ontem que a criação de empregos formais no primeiro semestre teve o pior resultado desde o início da crise financeira internacional, há seis anos. O mês da Copa do Mundo teve o menor número de vagas com carteira assinada do mês de junho em 16 anos, levando o governo a reduzir a meta de novos postos de trabalho neste ano.

INFOGRÁFICO: Geração de empregos registrou o pior saldo para junho em 16 anos

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De janeiro a junho, foram geradas 588.168 vagas, pior resultado para o período desde 2009. No mês passado, foram 25.363 empregos formais, desempenho que só supera junho de 1998 e que representa uma queda de 84% na comparação a junho de 2013. Os dados fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, afirmou que o fraco desempenho de junho frustrou as expectativas do governo. "Esperava mais, porque não havia nenhum indicativo dessa situação", disse. O setor de transformação foi o que mais demitiu no mês passado (28.553 trabalhadores), indo para o terceiro mês consecutivo de demissões, seguido da construção civil (12.401 cortes).

No início do ano, Dias acreditava em uma de geração de 1,4 milhão a 1,5 milhão de vagas. Agora, a projeção é de 1 milhão de vagas até 31 de dezembro. "Havia outra expectativa. Não havia essa questão da indústria, por exemplo. Nos três primeiros meses, a indústria vinha gerando empregos, o setor automobilístico batia recorde e havia indicativos de que manteríamos aquele ritmo", justificou.

Efeito Copa

Se no começo de 2014 o argumento favorável ao recorde de empregos era a realização da Copa do Mundo, agora o torneio foi apontado como problema por não ter contratado como se esperava e demitido como não se previa. No caso do comércio, os jogos puxaram a demissão de 7.070 trabalhadores, em razão do fechamento das lojas durante partidas do Brasil.

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Na avaliação do economista-chefe do Banco Fator, José Francisco Lima Gonçalves, a desaceleração da economia brasileira parece ter chegado ao mercado de trabalho. Segundo ele, o resultado de junho poderia ter sido pior se não fosse um mês sazonalmente favorável às contratações no segmento da agricultura. "A geração de empregos na agricultura é sazonal, mas se compararmos com junho do ano passado, quando foram criadas cerca de 59 mil vagas, vemos que a tendência é de leve desaceleração do emprego", observou.