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Análise

Demissão voluntária reduziu gastos

Karina Freitas, analista da corretora Concórdia.

Não podemos ressaltar os números apresentados pela Copel neste quarto trimestre como os mais animadores, apesar das variações sugerirem o contrário. No entanto, o ano de 2013 seguiu imputando desafios. Quando pensamos que o pior já tinha passado com as renovações das concessões em 2012 e o início de um período atípico de chuvas, nos deparamos com um 2013 também "seco". Nos primeiros meses as expectativas eram favoráveis, porém, as chuvas não vieram como o esperado e sem elas, os benefícios do princípio tornaram-se os mitigadores do fim, levando as companhias à exposição no mercado spot, com preços ainda elevados.

Para compensar os danos de 2012, a companhia se esforçou em seu programa de demissão voluntária e na readequação da estrutura de postos gerenciáveis, o que trouxe e continuará trazendo benefícios em relação aos gastos gerenciáveis. Também seguiu investindo em projetos de geração e transmissão, o que contribuirá para suas margens futuras.

Contudo, as intempéries que ainda tornam 2014 um desafio para o setor e a postergação de parte do reajuste das tarifas da distribuidora (mesmo que recuperável, no próximo ciclo, poderia ter contribuído para melhor desempenho neste ano) nos levam a recomendar os ativos apenas para investidores com horizonte de médio/longo prazo.

Depois do tombo registrado em 2012, a Companhia Paranaense de Energia (Copel) fechou o ano passado com lucro líquido de R$ 1,1 bilhão, resultado 51,6% maior em relação ao ano anterior, mas dentro da média histórica verificada entre 2007 e 2011. Em 2012, a estatal teve lucro de R$ 726,5 milhões, queda de 38,3% sobre o desempenho do ano anterior.

Veja como está a situação econômica da Copel

A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) totalizou, em 2013, R$ 1,82 bilhão, resultado 18,1% maior que o R$ 1,54 bilhão registrado em 2012.

No último trimestre de 2013, a companhia teve lucro líquido de R$ 178 milhões, revertendo prejuízo de R$ 97 milhões registrado no mesmo período um ano antes. O Ebitda, nesse período, somou R$ 262 milhões, mais de quatro vezes acima do registrado no último trimestre de 2012.

O balanço mostra ainda que o endividamento da estatal quase triplicou de 2009 para cá, tendo fechado 2013 com R$ 4,5 bilhões em dívidas de curto e longo prazo. Apesar disso, o mercado recebeu bem o balanço de 2013 da companhia. Ontem, após a divulgação dos resultados, as ações da Copel subiram 3,68% e fecharam o pregão cotadas a R$ 25,90.

Redução de custos

Segundo o presidente da Copel, Lindolfo Zimmer, o resultado positivo é reflexo de um esforço conjunto das áreas de geração e distribuição para reverter os números negativos de 2012. "A área de distribuição colocou em prática um plano consistente de recuperação que reduziu em R$ 111 milhões os custos operacionais em relação ao ano anterior. Além disso, a demanda por energia cresceu 9,6%, puxada principalmente pelo setor industrial", explicou.

A área de geração também apresentou resultado positivo, com a venda de parte da energia no mercado de curto prazo, cujo preço atual está em R$ 822 o megawatt–hora.

"O plano de reestruturação da área de distribuição apresentado para a Aneel vai até 2025 e inclui a revisão e a otimização de todos os processos da área com foco na redução de custos e aumento da produtividade. Se considerada a inflação do período, a redução de custos em 2013 foi de 13%", explicou Vlademir Santo Daleffe, diretor-presidente da Copel Distribuição. Segundo ele, a área recebeu R$ 900 milhões em investimentos em 2013, incluindo recursos recordes na área de tecnologia.

A Copel pretende investir até R$ 2,6 bilhões em 2014, sendo R$ 1,3 bilhão em geração e transmissão.

Colaborou Cristina Rios

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