Os portos do Paraná serão vocacionados para atender as demandas da exploração do petróleo na camada pré-sal, garantiu ontem o superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Mário Lobo Filho. Convidado pela Câmara de Petróleo e Gás da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) a expor o planejamento estratégico para a região portuária, Lobo Filho relatou que a autarquia pretende fomentar o Porto de Antonina a se tornar um centro produtor de insumos, com a instalação de empresas do setor metal-mecânico que queiram apoiar o pré-sal. Em Pontal do Paraná, onde o governo espera instalar um condomínio portuário para instalações de empresas privadas, a Appa avalia haver condições para a montagem de estaleiros, o que atrairia investimentos da indústria naval para o estado. "A indústria de petróleo e gás é uma coisa nova para nós. Nunca tivemos esse foco. Mas acho que precisamos olhar com muito carinho para o pré-sal", disse Lobo Filho.

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A razão para o interesse no Litoral paranaense está na proximidade com os grandes blocos da Bacia de Santos, que vem se mostrando a mais promissora nas prospecções do pré-sal. Duas empresas de engenharia naval, a norueguesa Subsea 7 e a ítalo-argentina Techint, já têm planos de estaleiros na região.

Necessidades

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O coordenador da Câmara de Petróleo e Gás, Jean Alberini, acredita que as vias de acesso aos portos do Paraná sejam o principal gargalo para o futuro. "Se Antonina tem perfil para a indústria de componentes, então precisa de uma outra via de acesso. O Estado deve assumir o seu papel. De 10 a 20 anos no futuro, o petróleo será o grande vetor de desenvolvimento industrial e econômico do país", estima.

Juarez Machado, diretor executivo da Rede Empresarial de Petróleo e Gás do Paraná (Redepetro-PR), afirma que o Paraná está atrasado na definição de investimentos para o pré-sal, em relação a outros estados do Brasil. "Ainda temos a possibilidade de acelerar o processo. Depende agora de uma questão de bom senso, de fazer a união e trazer estes benefícios gerados para nós", afirma.