Aplicativo para livros deve ter grande impacto no mercado editoral
A Apple lançou dois novos aplicativos: o iBooks 2, que incorpora livros didáticos escolares, e o iBooks Author, ferramenta usada para criá-los. "Educação está enraizada em nosso DNA", disse Phil Schiller, vice-presidente sênior de marketing de produto da Apple, ao iniciar o evento. Segundo ele, a solução para a melhoria dos livros é a inserção do conteúdo em um dispositivo portátil, interativo e digital um tablet.
O iBooks Author permite a criação dos livros com glossários, vídeos e outros elementos interativos. Pela apresentação, os comandos se mostraram bem intuitivos e o aplicativo se encarrega da formatação de texto conforme você posiciona as imagens ou outros itens. O programa deve estimular a produção de livros por amadores, pela facilidade em usá-lo.
Outro anúncio feito pela Apple foi o novo iTunes U, uma seção da loja da iTunes voltada para publicações didáticas e lançada em 2010 para o iPad. O iTunes U já teve mais de 700 milhões de downloads. O novo iTunes U é uma ferramenta para criação de cursos on-line por professores, com vídeos, exercícios e tarefas de casa. Os três aplicativos são gratuitos e já estão disponíveis na loja virtual da Apple.
"Oportunidade"
Cook fala em investir no Brasil
Depois da China, o Brasil é o maior foco de investimentos futuros da Apple entre os quatro países que formam o Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), afirmou Tim Cook, executivo-chefe da empresa, durante a apresentação dos resultados financeiros da empresa no último trimestre de 2011, na semana passada. "Acho que há uma oportunidade enorme para nós lá, e já começamos a investir mais intensamente no Brasil", afirmou Cook.
O executivo disse, porém, que não prevê a instalação de lojas físicas da Apple no Brasil a curto prazo. Atualmente, lembrou Cook, a empresa comercializa produtos no país por meio de sua loja on-line, por revendedores autorizados e por operadoras de telefonia celular.
"Estamos em todos esses países [Brasil, Rússia, Índia e China], mas temos muito mais energia no mercado chinês atualmente. Isso não significa que haja uma falta de esforço ou foco nos outros. Só quer dizer que é menos do que estamos investindo na China hoje", afirmou Cook.
Folhapress
Para uma empresa de seu tamanho, os números do balanço da Apple são impressionantes: foram 37 milhões de iPhones vendidos no último trimestre de 2011, lucro de US$ 13 bilhões e faturamento de US$ 43 bilhões, uma alta de 120% em relação ao mesmo período do ano passado. Para se ter ideia da dimensão do dinheiro que está entrando no caixa da empresa, basta saber que o lucro da Apple foi maior do que o faturamento do Google no mesmo período (US$ 10,6 bilhões).
O que mais chama a atenção é a capacidade da empresa de continuar crescendo em ritmo cada vez mais acelerado. Assim como para um país é muito mais fácil crescer após um ano de recessão, porque a base de comparação é fraca, é mais difícil fazer o mesmo quando os resultados têm sido de sucessivos recordes. No caso da Apple, o faturamento subiu 73% em dezembro de 2010 em relação ao ano anterior, um incremento de US$ 20 bilhões em vendas. No mesmo período do ano anterior, o crescimento havia sido de 32%, ou US$ 11 bilhões. Agora, para superar a alta de 120% do último trimestre, a segunda maior empresa em valor de mercado do mundo atrás apenas da Exxon Mobil terá de vender US$ 80 bilhões entre setembro e dezembro deste ano cerca de US$ 43 bilhões a mais que o registrado no fim de 2011.
Em boa parte, o último resultado é conseqüência da ótima aceitação do iPhone 4S, que chegou ao mercado em meados de outubro. Visto como uma decepção no dia do seu lançamento, o iPhone 4S é qualquer coisa menos isso. Junto com as versões mais antigas, o smartphone respondeu por 53% do faturamento da Apple. As vendas de iPad também mostraram aumento substancial. Foram 15,4 milhões de tablets vendidos, alta de 111% em relação ao último trimestre de 2010. A venda de Macs superou pela primeira vez 5 milhões de unidades. O único produto que tem tido desempenho constantemente mais fraco em relação aos trimestres anteriores é o iPod, que desta vez recuou 21%.
Com valor de mercado perto de US$ 400 bilhões, a Apple é "mais valiosa" que muitos países Grécia, Argentina e Áustria, por exemplo, têm PIBs menores. O gigantismo dos números ganhou até um blog dedicado a mostrar o valor da empresa em relação a outras coisas mundanas. No site "Things Apple Is Worth More Than" (Coisas que Valem Menos que a Apple, em tradução livre) é possível ver que a Apple vale mais que toda a indústria de café do mundo, dois programas espaciais Apollo, todo o mercado de drogas ilegais e toda a franquia combinada de Star Wars, Harry Potter, Star Trek, Stephen King e Crepúsculo.
Quais as chances da empresa continuar crescendo nesse ritmo? No curto prazo, há motivos para otimismo. A Apple deve ter um ano de muitos lançamentos, ao contrário de 2011, quando apresentou apenas melhorias marginais em seus produtos. O iPad 3 e o iPhone 5, tudo indica, devem aparecer em breve. A presença no mercado chinês também é um fator a considerar. A procura pelo iPhone 4S na China, lançado no início deste mês, foi bem acima da expectativa da empresa, conforme o próprio CEO, Tim Cook, chegou a afirmar, acrescentando que vai rever para cima as estimativas de vendas no país. A melhora na distribuição do iPhone 4S, o primeiro a ser vendido simultaneamente pelas três principais operadoras dos EUA, também deve influenciar positivamente o crescimento das vendas no país, a grande maioria dos aparelhos é vendida pelas companhias de telefonia celular.
O risco, no médio e longo prazo, porém, é o mesmo vivido por outras empresas de tecnologia que foram líderes no passado (a IBM, por exemplo, que perdeu o posto para a Microsoft, que perdeu para a Apple): a capacidade de continuar inovado. O sucesso da Apple é conseqüência da popularização do iPhone e do iPad, que transformaram a indústria de PCs. Se uma nova empresa for capaz de prever a necessidade do consumidor e modificar o mercado de celulares, o domínio da Apple pode acabar.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast