Rio de Janeiro Steve Jobs aproveitou a conferência mundial de programadores da Apple semana passada em São Francisco para lançar uma versão Windows de seu navegador web Safari. A versão do browser que suporta os dois sistemas já está em beta no site da empresa, em www.apple.com/safari. A iniciativa, aparentemente, representa um desafio à Microsoft um artigo na CNet, empresa de mídia especializada em tecnologia, pergunta, por exemplo, se Jobs planeja um assalto ao Windows no desktop. O navegador só terá sua versão final lançada em outubro próximo e rodará nos sistemas Windows XP e Vista. Pelo jeito, vai muito bem o "casamento" com Bill Gates a que Jobs, brincalhão, se referiu no histórico encontro dos dois há algumas semanas.
Jobs disse ainda que a Apple permitirá que desenvolvedores externos criem aplicativos, a partir do Safari, para o iPhone. Com isso a empresa reviu sua posição anterior de não permitir que o browser aceitasse outros softwares por alegadas razões de segurança.
O anúncio do browser Mac para "pecezeiros" (é assim que os macmaníacos chamam os usuários de PCs) não parece ter gerado muito burburinho. Falando à própria CNet, o webmaster do site Cult of Mac, Leander Kahney, soltou este petardo de mau humor: "Ora, o Safari é uma porcaria. Um monte de usuários de Mac não o roda. Eu sou um deles. Por que alguém iria querer rodá-lo no Windows?"
Investida na tevê
O CEO da Apple não se pronunciou sobre reportagens recentes que mencionaram que a Apple negocia com estúdios de cinema de Hollywood a criação de um serviço de aluguel de filmes online. O negócio colocaria a empresa diretamente em concorrência com empresas de tevê a cabo ou via satélite. (E ela já tem seu sistema Apple TV, que visa a ligar televisores à internet.)
Segundo o jornal Financial Times, o aluguel online de filmes sairia a US$ 3 por 20 dias. Um software gerenciador de direitos autorais digitais da própria Apple permitiria ainda a transferência de filmes do computador para pelo menos mais um aparelho, como o iPod Video ou o iPhone.
A Apple já vende filmes que podem ser baixados online e tem inclusive um contrato com a Walt Disney e com a Paramount. Outros estúdios, no entanto, não quiseram saber da idéia, temendo que o negócio afete as vendas de seus DVDs. Em compensação, recentemente o Google permitiu que os vídeos online do serviço YouTube ficassem disponíveis a partir do sistema Apple TV.