A Apple começa a responder nesta semana, em um tribunal de Manhattan, às acusações do Departamento de Justiça do Estados Unidos de ter se associado com editoras para elevar os preços de livros eletrônicos (e-book).
De acordo com as acusações, a empresa teria se unido a cinco editoras para elevarem os preços de seus e-books próximo do lançamento do iPad, em 2010.As editoras envolvidas nas acusações são HarperCollins Publishers, da News Corp; Simon & Schuster, da CBS; Hachette Book Group, da Lagardère SCA; Macmillan, unidade da Verlagsgruppe Georg von Holtzbrinck GmbH; e a Penguin Group, da Pearson.
Segundo o Departamento de Justiça, a intenção de da Apple e das editoras, ao impor preços sem desconto aos varejistas, seria impedir o domínio da Amazon.com, que mantinha preços baixos, forçando-a a também a elevar seus preços.
O mecanismo usado para isso, segundo argumenta a acusação, é que a Apple e as editoras combinaram de aumentar os preços por meio de uma agência de precificação, em que as editoras determinam preços no varejo, afetando também os preços da Amazon.com.
Em um documento do processo, o Departamento de Justiça afirma que Steve Jobs, CEO da Apple na época, "admitiu a conspiração de fixação de preços", quando disse a seu biógrafo que a empresa havia dito às editoras: "Nós vamos para a agência modelo, onde você define o preço, e nós temos os nossos 30%, e sim, o cliente paga um pouco mais, mas isso é o que você quer de qualquer maneira."
A Apple se recusa a comentar o caso, mas afirma não ter feito nada errado. No processo, a empresa alega que as citações de Jobs foram editadas e retiradas do contexto nos documentos do governo.