Pressionada pela força do mercado de streaming, a Apple anunciou na última segunda-feira (8) a entrada da marca para o segmento com o aplicativo Apple Music. Com interatividade, integração com a Siri e estação de rádio própria, o aplicativo deve pôr fim à era de compras de músicas pelo iTunes, que vem perdendo público para o crescente mercado de streaming de músicas, cada vez mais popular entre os usuários de smartphones e tablets.
Depois da revolução provocada pelo iTunes há doze anos, quando Steve Jobs convenceu as gravadoras a venderem músicas por 99 centavos e salvou parte da indústria musical do download ilegal, a entrada da marca para o mercado de streaming, apesar de considerada tardia por alguns especialistas, pode significar uma nova era da música digital, na qual os usuários deixam de comprar músicas e buscam entre os grandes players do streaming o melhor pacote de preço, serviço e qualidade do produto. O iPod, outrora objeto de desejo, cai em segundo plano, inclusive no site da marca, onde teve sua aba substituída pelo novo serviço.
Fruto da reformulação do Beats, comprado em 2014 por três bilhões de dólares, o Apple Music deve ser lançado no dia 30 de junho em mais de 100 países, inclusive no Brasil. O primeira versão será em iOS e até o fim do ano o serviço estará disponível também para Android e Windows. Depois dos três primeiros meses de gratuidade, a assinatura mensal deve custar 9,99 dólares por pessoa ou 14,99 dólares para até seis usuários.
A notícia foi dada na abertura da WWDC, conferência mundial de desenvolvedores promovida pela marca, e teve como porta-voz Jimmy Iovine, responsável pelo serviço e parceiro do rapper Dr. Dre na criação do Beats. Com o anúncio, a Apple alerta atuais líderes do serviço, como Spotify, Deezer e Rdio, todos com mais de cinco anos de mercado, e tenta recuperar a fatia perdida nos últimos anos, com a queda do número de downloads, oferecendo diferenciais de serviço e preço.
Serviço
Além de disponibilizar milhões de músicas disponíveis para compra no iTunes, o aplicativo terá videoclipes em alta definição e a possibilidade de escutar músicas off-line. Diferente dos concorrentes, que oferecem rádios em formato de playlists, a marca de Steve Jobs oferece uma emissora similares ao serviço FM, com programação ao vivo feita de Los Angeles, Nova York e Londres, e disponível também para não assinantes.
Ainda entre os diferenciais estão a curadoria humana aliada aos algoritmos nas recomendações de playlists e álbuns e também a aba Connect, uma espécie de Facebook da Apple, na qual os artistas poderão publicar fotos, mensagens e novidades para os fãs, que poderão curtir seus posts favoritos.