
A aprovação da chamada “taxa das blusinhas” pelo Senado nesta quarta (5) pode não ser a última tributação sobre as mercadorias importadas até US$ 50 que os consumidores brasileiros terão de pagar a mais. O já cobrado ICMS dos estados, de 17%, pode ser elevado para 25% se a discussão entre os secretários de Fazenda dos estados e do Distrito Federal for retomada.
A possibilidade de elevar a taxação do imposto estadual sobre as “comprinhas” começou a ser discutida em fevereiro e foi adiada pelo Comitê Nacional de Secretários Estaduais de Fazenda (Comsefaz) a pedido dos estados para “aprofundamento dos estudos”.
Na época, o presidente do órgão, Carlos Eduardo Xavier, afirmou que o objetivo era unificar a alíquota para “trazer mais arrecadação para os estados, igualdade competitiva entre as mercadorias produzidas dentro do Brasil e essas que são adquiridas fora do Brasil pelas plataformas digitais”.
“O debate sobre o realinhamento da alíquota de ICMS sobre compras no exterior para 25% já era de conhecimento público desde fevereiro, mas foi adiado no Comitê a pedido dos estados para aprofundamento de estudos. Não há, neste momento, nenhuma pauta do Comsefaz agendada com esse tema”, disse o Comsefaz à Gazeta do Povo nesta quinta (6).
O aumento da tributação de compras feitas em plataformas digitais se tornou um pedido frequente do setor produtivo ao governo e chegou a um ápice no início deste ano quando as confederações nacionais da Indústria (CNI) e do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a isenção do imposto de importação para bens de pequeno valor destinados a pessoas físicas.
Após muita discussão e negociação entre governo e Congresso, a taxação sobre os importados até US$ 50 foi aprovada pelo Senado na quarta (5) após ter sido destacada do Mover, o projeto de mobilidade verde do governo. O tributo havia sido inserido na proposta como um um “jabuti”, que é uma emenda sem relação com o assunto principal do projeto.
A cobrança da alíquota de 20% sobre as importações, conhecida como "taxa das blusinhas", havia sido aprovada pela Câmara dos Deputados na semana passada. A inciativa vai impactar compras em sites como Shopee, Shein e AliExpress.
Entre elas, a Shein classificou a cobrança como um “retrocesso”. “Com o fim da isenção, a carga tributária que recairá sob o consumidor final, passará a ser de 44,5%, o que com a isenção se mantinha em torno de 20,82% devido à cobrança do ICMS, no valor de 17%”, disse a empresa em nota à Gazeta do Povo afirmando que tentava dialogar com o governo.
Defesa de Bolsonaro pede anulação da delação de Mauro Cid e julgamento no plenário
Mauro Cid reforça que não foi coagido em delação e pede absolvição ao STF
Em busca da popularidade perdida, governo anuncia alíquota zero de importação para baratear alimentos
Resultado da Petrobras justifica preocupação
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast