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Mohamed ben Salman em conferência de imprensa: filho do rei é figura-chave pos trás do lançamento de plano de reforma da economia do país | FAYEZ NURELDINE/AFP
Mohamed ben Salman em conferência de imprensa: filho do rei é figura-chave pos trás do lançamento de plano de reforma da economia do país| Foto: FAYEZ NURELDINE/AFP

A Arábia Saudita anunciou nesta segunda-feira (25) a criação do maior fundo soberano do mundo e a cotação na bolsa da petroleira estatal Aramco, como parte de um plano de reforma de sua economia para reduzir a dependência do petróleo.

“Planejamos estabelecer um fundo soberano de US$ 2 trilhões como parte dos ativos que serão obtidos com a venda desta pequena fração da Aramco”, afirmou o vice-príncipe herdeiro Mohamed ben Salman em entrevista concedida ao canal Al Arabiya.

A entrevista foi dada depois que o Conselho de Ministros saudita aprovou um vasto plano de reformas para diversificar a economia do reino, muito dependente do petróleo, segundo informou a agência oficial SPA.

O plano, batizado de “Visão Saudita com perspectiva até 2030”, muito esperado nos meios empresariais e financeiros do reino, foi aceito pelo Conselho de Ministros em sua reunião semanal presidida pelo rei Salman.

O vice-príncipe herdeiro afirmou que o fundo soberano é o maior do mundo. O jovem de 30 anos, encarregado da aplicação do novo plano, defende que a abertura da Aramco ao capital local e estrangeiro vai assegurar a transparência da gestão. “Vendendo apenas 5% da Aramco, faremos o maior lançamento do mundo na bolsa”, enfatizou.

O objetivo das reformas é diversificar a economia do reino, muito dependente do petróleo e prejudicada pelo baixo nível de seus preços.

Para o vice-príncipe herdeiro, este plano tem como objetivo que seu país possa viver sem depender do petróleo até 2020. O plano também inclui privatizações e reformas para melhorar a eficiência. “Na Arábia Saudita desenvolvemos uma dependência do petróleo e isso é perigoso e prejudicou o desenvolvimento de muitos setores nos últimos anos”, afirmou Ben Salman.

Durante décadas, a Arábia Saudita, o maior exportador do mundo, desfrutou da enorme renda petroleira concedida por suas reservas facilmente exploráveis. Com estas receitas, o país conta com enormes reservas para sua economia e fornece aos seus 28 milhões de habitantes um sistema estatal generoso, muitos benefícios sociais e serviços subsidiados.

Economia vulnerável

Mas os analistas advertiram que o sistema saudita, que obtém do petróleo cerca de 70% das receitas estatais, é muito burocrático e ineficiente, o que faz com que a economia seja vulnerável.

A queda dos preços do petróleo, que passaram a operar perto dos US$ 100 o barril no início de 2014 para um nível de US$ 40 este mês, acentua ainda mais essas ameaças.

Em 2015, Riad registrou um déficit recorde e, para este ano, calcula que faltarão US$ 87 bilhões para equilibrar orçamento e por isso o governo decidiu estabelecer uma alta de seus preços nunca vista antes, de até 80%, impondo, além disso, cortes dos subsídios para a eletricidade e outros serviços.

No reino, onde a política é ferrenhamente controlada pela monarquia, emergem vozes críticas nas redes sociais, ante a crescente preocupação sobre a situação financeira. As reservas fiscais também caíram em seu pior nível dos últimos quatro anos em 2015, a US$ 611,9 bilhões.

No entanto, estas reservas continuam entre as mais altas do mundo e a atual queda dos preços do petróleo se deve em grande parte à estratégia impulsionada por Riad na Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) de inundar o mercado para evitar a entrada de competidores como os produtores de gás de xisto americanos.

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