Antes mesmo de instalar a primeira unidade fabril no país, a Arauco estava de olho no mercado brasileiro. A multinacional com sede no Chile já tinha operações na Argentina e abriu o escritório comercial no Brasil em 2002. Atenta à movimentação dos principais players locais, fez sua primeira aquisição em 2005, comprando a Placas do Paraná, tradicional fabricante de placas de aglomerado que acabava de entrar na produção de MDF, então controlada pelo grupo Louis Dreyfus.
Foi o primeiro passo para consolidar um plano de expansão que quintuplicou o tamanho da empresa no Brasil nos primeiros cinco anos de atividade por aqui. Até 2010, a Arauco fez aquisições estratégicas, como os ativos florestais da Stora Enso em Arapoti, a Tafisa e o controle da Dynea do Brasil, entre outros negócios. Em seguida, passou a investir na ampliação e eficiência do seu parque fabril, hoje formado pelas unidades de Jaguariaíva, Piên e Araucária.
Segmentos
A empresa trabalha nas áreas de madeira, celulose, floresta e energia elétrica. Só na área florestal, são 1,7 milhão de hectares em todo o mundo, com cultivo certificado. No Brasil, o patrimônio florestal é de 247 mil hectares.
Mas a produção de 1,55 milhão de m³ por ano em placas de madeira está muito mais no dia a dia do brasileiro do que restrita ao chão de fábrica. Vice-líder mundial da produção de MDF, a empresa fornece matéria-prima para a indústria mobiliária brasileira, abastecendo linhas de larga escala e projetos feitos sob medida por arquitetos e marceneiros. “Temos um investimento importante na pesquisa de novos produtos e tendências. Hoje temos texturas e acabamentos que são produtos pioneiros e que não existiam no mercado”, explica o diretor comercial, Flavio Verardi.
Toda a produção é abastecida por madeira com certificação de origem, como a produzida nos 247 mil hectares de áreas florestais da empresa. A atuação em um segmento sensível na área ambiental exige investimentos em segurança e controle de poluentes. Segundo o diretor de assuntos corporativos, Mario de Sousa, essas são questões cruciais para o funcionamento das unidades. “Nossa preocupação é minimizar os impactos que uma indústria de extração provoca. Procuramos ser bons vizinhos”, diz.
Depois da ampliação da unidade de Jaguariaíva, a Arauco investiu em um novo centro de distribuição em Pernambuco. Com capacidade para armazenagem de até 8 mil m³ de painéis de madeira, a obra promete agilizar a entrega de material em até sete dias para clientes do Norte e Nordeste do país, mercados que devem receber maior atenção da empresa. “O brasileiro tem boa rotatividade na troca de seu mobiliário, diferente de outros países. E o perfil de consumo é muito semelhante ao europeu. Ele está atento à sofisticação e tecnologia dos produtos”, diz Verardi.
Gestão construiu a identidade corporativa
A atividade de extração de madeira e a produção de matéria-prima para abastecer a indústria mobiliária nacional foram tão desafiantes para a Arauco do Brasil quanto a construção de uma identidade corporativa. Resultado da fusão de muitas empresas diferentes, a formação de uma companhia única, alinhada com valores e princípios da sede original, no Chile, foi fundamental para o bom desempenho do negócio. Foi a partir de 2009, com a aquisição da Tafisa, que a direção investiu na nova cultura organizacional.
R$ 1,5 bilhão
Foi o faturamento do Grupo Arauco no Brasil em 2014. A empresa tem mais de 1,8 mil funcionários diretos, faz parte de um grupo com negócios em 75 países, com plantas industriais no Chile, Argentina, Uruguai, Estados Unidos e Canadá.
“A ideia era ajudar os colaboradores a identificar sua posição na empresa, reconhecer seu lugar e seus objetivos”, diz Mario de Sousa, diretor de assuntos corporativos. O trabalho é desenvolvido permanentemente e está apoiado nos valores definidos pela companhia: segurança, compromisso, inovação, trabalho em equipe e cidadania. Baseado nesses conceitos, a empresa promove há três anos o projeto Espírito Arauco. “Dois finalistas são eleitos pelos próprios colegas para serem reconhecidos como exemplos da corporação e inspirarem as equipes”, explica a diretora de pessoas, Valéria Ribeiro.
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