A presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, anunciará nesta quinta-feira um novo pacote de estímulo à economia. Depois das medidas para incentivar o consumo de eletrodomésticos e automóveis, na semana passada, agora o objetivo é estimular o turismo interno e as vendas de Natal.
O anúncio, previsto para as 19h (horário de Brasília), na residência oficial de Olivos, diz respeito a uma cesta natalina com preços acessíveis e à abertura de uma linha de crédito de 300 milhões de pesos (cerca de R$ 215 milhões) para financiar com taxas de juros baixas determinados pacotes turísticos.
Com a desvalorização do real, os representantes do setor de turismo temem que haja uma "revoada" generalizada de argentinos para as praias brasileiras nesse verão. O setor já vem registrando retração desde setembro, quando a crise internacional se agravou.
Agora, Cristina quer evitar essa migração de turistas para o Brasil com o lançamento desta linha de crédito a uma taxa de referência de 11%, a exemplo do que está sendo aplicado no setor automotivo.
O objetivo é que os pacotes para os principais destinos turísticos da Argentina tenham o mesmo preço do ano passado e que possam ser financiados em suaves prestações. Segundo fontes do setor que estarão presentes ao anúncio, o incentivo será para a compra dos pacotes com cartão de crédito no valor de até 5 mil pesos (cerca de R$ 3.600 mil).
No caso da cesta de Natal, a oferta de produtos e preços vai depender de cada uma das câmaras envolvidas. Os supermercados dos bairros, por exemplo, representados pela Câmara de Auto-serviço e Supermercados Propriedade de Residentes Chineses (Casrech), terão duas cestas. Uma delas, formada por 25 produtos, entre eles arroz, maionese, atum, carne ou frango, rocambole e alimentos e bebidas típicas para a ceia de Natal, vai custar 65 pesos (R$ 46,64). A outra, mais econômica, de 30 pesos (R$ 21,52), terá 12 produtos: sidra, vinho, bolo, amendoim confeitado e outros confeitados.
O anúncio de cestas de Natal mais baratas vem sendo feito desde que a inflação começou a castigar a Argentina, no final de 2006, especialmente em 2007. Porém, após o anúncio, sempre há queixas dos consumidores de que não conseguem encontrar os produtos anunciados. Esse ano, não deverá ser diferente, já que a associação de consumidores Adelco denunciou aumentos de 100% nos produtos natalinos sobre o Natal do ano passado. Os amendoins confeitados, por exemplo, segundo a Adelco, subiram 141,55%, enquanto a sidra aumentou 140,18%. O clássico panetone subiu 85,91%.