Tucumán Os preços internacionais estimulam o cultivo de milho transgênico na Argentina. É o que mostram informações divulgadas pela Monsanto, principal fornecedora de sementes geneticamente modificadas para o país. Os produtores argentinos dizem que não vale a pena ampliar a produção convencional diante das vantagens dos transgênicos.
Uma estimativa de cultivo da Secretaria de Agricultura da Argentina mostra que 3,5 milhões de hectares estão sendo dedicados ao milho na safra 2006/07. A área é 9,7% maior que a do ano passado. Segundo avaliação da Monsanto, as sementes transgênicas cobrem dois terços das lavouras, proporção que cresce em média dez pontos porcentuais ao ano.
O produtor Aldo Capuano, de Tucumán (Norte), afirma que o custo operacional de produção do milho convencional e do transgênico é o mesmo (US$ 215/hectare). A vantagem está na produtividade, declara, que teria aumentado de 6,8 toneladas/ha para 8,2 t/ha com a conversão das lavouras. Ele conta que não é só esse aumento de produção que incentiva os agricultores a ampliarem suas lavouras. O principal motivo são os preços, revela. A cotação subiu de US$ 100 para US$ 150 a tonelada no último ano na Argentina. Capuano planeja ampliar a lavoura de milho de 200 para 300 hectares no segundo plantio deste ano, em outubro.
O agrônomo e produtor Lucas Gallardo, que colhe 8 toneladas/ha, afirma que os agricultores do Norte da Argentina plantam praticamente só milho modificado porque o tradicional dá mais trabalho. "No transgênico, basta uma aplicação de herbicida quando as plantas estão com cerca de 10 centímetros. No tradicional, são necessárias três aplicações." Depois do plantio, a lavoura transgênica não precisa ser monitorada constantemente.
Dos 3,1 milhões de hectares cultivados com milho na última safra na Argentina, 52% são de milho YieldGard (Bt), espécie em que a própria planta elimina as principais lagartas. Além do Bt, que no país recebe o nome de MaízGard, cultiva-se outros dois tipos de milho transgênico em larga escala: 5% das lavouras são de RR, que é resistente ao Roundup Ready, da Monsanto, e 12% de sementes da Syngenta. Esses dados oficiais são referentes a 2006. Com a tendência confirmada pelos produtores, os transgênicos podem representar mais de 80% das lavouras de milho neste ano.
O jornalista viajou a convite da Monsanto.
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