O vice-ministro da Economia da Argentina, Axel Kicillof, idealizador da nacionalização da petrolífera YPF, vai supervisionar um plano de investimento em energia que aumenta o controle do Estado sobre as companhias privadas, afirmou o governo do país nesta sexta-feira. Companhias de petróleo operando no país sul-americano deverão apresentar um plano de investimento anual, e podem ter que pagar multas ou sofrer outras sanções, como por exemplo o cancelamento de concessões, se falharem em cumprir as exigências, mostrou um decreto na Gazeta Oficial. O economista esquerdista Kicillof deve encabeçar a comissão que vai supervisionar um plano nacional de investimento para a indústria petrolífera, cuja produção tem falhado em acompanhar o ritmo de anos de rápido crescimento econômico. "(A comissão) vai avaliar os planos de investimento de cada companhia... a fim de garantir que eles estão consistentes com as metas (do governo) do plano nacional de investimentos em energia", afirma o decreto. Logo antes da nacionalização da YPF, uma série de províncias argentinas revogaram as licenças de operação da empresa, alegando que faltavam investimentos para impulsionar a produção. O decreto desta sexta-feira dá ao governo central os mesmo poderes, e também permite o uso da aplicação de multas para companhias que não cumprirem com o plano de investimento de energia do Estado. Importantes empresas do setor energético na Argentina incluem a brasileira Petrobras, a argentina Pan American Energy --controlada pela empresa britânica BP-- a Exxon Mobil e a Royal Dutch Shell. O governo da Argentina, que se situa sobre um dos maiores reservatórios de hidrocarbonetos de xisto do mundo, tem gradativamente aumentado o controle estatal sobre a economia. Além da nacionalização da YPF, a presidente Cristina Fernandez determinou que o Estado assumisse o controle da principal companhia aérea do país e de bilhões de dólares em fundos de pensão privados, logo após tomar posse em 2008. A legislação que devolveu a YPF às mãos do Estado em maio também declarou que todo o setor de energia era de "interesse público", aumentando apreensões entre alguns analistas, de que Fernandez poderia apertar ainda mais o controle sobre o setor. O superávit comercial da Argentina, um dos pilares da sua política econômica, encolheu no ano passado enquanto as importações de combustível mais do que dobraram --levando a questão da fraca produção para o topo da sua agenda, e estimulando a nacionalização da YPF.
O minério brasileiro que atraiu investimentos dos chineses e de Elon Musk
Desmonte da Lava Jato no STF favorece anulação de denúncia contra Bolsonaro
Fugiu da aula? Ao contrário do que disse Moraes, Brasil não foi colônia até 1822
Sem tempo e sem popularidade, governo Lula foca em ações visando as eleições de 2026
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast