O governo argentino determinou novas restrições à compra de dólares. Agora, não será mais possível adquirir a moeda com a finalidade de poupar nem para comprar imóveis. "Quem tiver de fazer essas operações terá de fazê-las em pesos. É um passo adiante na pesificação do mercado imobiliário", afirmou Mercedes Marcó del Pont, titular do Banco Central argentino.

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A determinação atinge em cheio os argentinos, que têm o hábito de fazer seus principais investimentos pessoais na moeda norte-americana. Também o mercado imobiliário é tradicionalmente regido por esse índice. Desde outubro do ano passado, o governo tem estabelecido normas para evitar a fuga de capitais, que atingiu US$ 20 bilhões em 2011. Primeiro, passou a exigir justificativas para quem quisesse comprar dólares no valor oficial (hoje em 4,50 pesos). A compra de dólares para poupança já vinha sendo impedida na prática desde que essa medida foi tomada. Depois, restringiu a venda a quem viaja com operadoras de turismo. É preciso informar o destino da viagem, a duração e quanto se pretende gastar. O Banco Central estipulou também que, se a viagem por algum motivo não for realizada, o comprador terá cinco dias para desfazer o câmbio.

As medidas têm feito com que o dólar dispare. Em algumas casas de câmbio clandestinas, a moeda norte-americana chega a ser vendida a 6 pesos. O mercado imobiliário é o mais atingido, tendo acumulado, desde que começaram a ser adotadas, mais de 40% de queda. "Muitos proprietários tiraram seus imóveis do mercado, esperando um melhor momento", diz a corretora Maria Elina Ragno.

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